SAPATOS: PROTEÇÃO ESSENCIAL OU AMBIENTE PERFEITO PARA FUNGOS?

Introdução

Os sapatos foram criados com o propósito fundamental de oferecer proteção aos nossos pés, evitando lesões e sujeira. No entanto, essa inovação também trouxe consequências imprevistas. A maioria dos sapatos impede o bioaterramento, desconectando-nos do solo e potencialmente trazendo prejuízos à saúde. O bioaterramento, ou “grounding”, refere-se ao contato direto do corpo com a superfície da Terra, o que pode ajudar a equilibrar as cargas elétricas do corpo e promover benefícios à saúde, como a redução do estresse e da inflamação [1]. Estudos publicados no Journal of Environmental and Public Health indicam que o contato direto com o solo pode melhorar a regulação do sistema nervoso e a resposta imunológica [2].

Contudo, ao nos protegerem de perigos físicos, os sapatos também criam um ambiente propício para a proliferação de fungos. Este artigo explora essa dualidade, destacando tanto a importância dos sapatos quanto os riscos associados ao seu uso prolongado, especialmente em relação ao crescimento de fungos.

A Perda do Bioaterramento

O uso constante de sapatos nos desconecta do solo, eliminando os benefícios do bioaterramento. Esta prática natural, que envolve andar descalço, pode melhorar a saúde ao equilibrar as cargas elétricas do corpo. O bioaterramento tem sido associado à redução da inflamação, melhora da qualidade do sono e regulação do sistema nervoso [1]. A falta desse contato direto, portanto, pode impactar negativamente nossa saúde geral [2].

O Papel Protetor dos Sapatos

Apesar da perda de bioaterramento, os sapatos desempenham um papel crucial na proteção dos pés. Eles oferecem uma barreira contra lesões, sujeira, produtos químicos e condições ambientais adversas, especialmente em ambientes urbanos e no trabalho. De acordo com um estudo publicado no Journal of Foot and Ankle Research, o uso de calçados adequados pode reduzir significativamente o risco de lesões nos pés, além de proporcionar suporte estrutural [3].

O Ambiente Perfeito para Fungos: O Lado Oculto dos Sapatos

Por outro lado, os sapatos fechados criam condições ideais para o crescimento de fungos. O calor gerado dentro do calçado, especialmente em materiais sintéticos, aliado à umidade do suor e à falta de ventilação, cria um ambiente escuro e abafado. Esses fatores favorecem a proliferação de fungos, como Trichophyton rubrum e Candida albicans, responsáveis por infecções comuns nos pés [4].

Além disso, o pH da pele desempenha um papel importante na proteção contra fungos. Um ambiente com pH ligeiramente ácido (em torno de 5,5) é menos favorável ao crescimento de fungos. Produtos que ajudam a manter ou restaurar o pH ácido da pele podem ser eficazes na prevenção de infecções fúngicas. Um estudo na Journal of the American Academy of Dermatology sugere que o uso de produtos acidificantes pode ajudar a manter a saúde da pele dos pés, criando uma barreira adicional contra fungos [5].

Consequências Fisiológicas: O Impacto de Usar Sapatos Por Longos Períodos

O uso prolongado de sapatos interfere na fisiologia natural dos pés. A redução da ventilação impede a evaporação adequada do suor, enquanto a pressão constante pode alterar a circulação sanguínea. Além disso, o afastamento dos pés do solo, conhecido como bioaterramento, afeta o equilíbrio natural do corpo, potencialmente impactando a saúde geral. Estudos indicam que a falta de contato direto com o solo pode influenciar negativamente o equilíbrio postural e a propriocepção [6].

O Dilema do Sapato: Vilão ou Protetor?

Os sapatos são, sem dúvida, essenciais para proteção, mas também criam um ambiente favorável para fungos. Surge, então, o dilema: “Como balancear a proteção oferecida pelos sapatos e evitar que eles se tornem um terreno fértil para fungos?” Esta dualidade exige uma reflexão cuidadosa sobre os cuidados necessários para manter os pés saudáveis.

Prevenção e Cuidados

Para mitigar o risco de proliferação de fungos, algumas estratégias podem ser adotadas:

  • Escolha de Materiais “Respiráveis”: Optar por sapatos feitos de materiais que permitam a circulação de ar. Um estudo no Footwear Science sugere que materiais respiráveis podem reduzir a umidade interna do calçado [7].
  • Troca Frequente de Sapatos e Meias: Alternar o uso de sapatos e utilizar meias que absorvam o suor.
  • Higiene Adequada: Manter os pés e os calçados limpos e secos.
  • Uso de Produtos Acidificantes: Aplicar produtos que ajudem a manter o pH ácido da pele dos pés.
  • Exposição ao Ar Livre: Permitir que os pés respirem ao ar livre e ao sol sempre que possível.

Conclusão

Equilibrar os cuidados com os pés e a proteção oferecida pelos sapatos é fundamental. Embora sejam aliados essenciais, sem os cuidados corretos, os sapatos podem se tornar vilões para a saúde dos pés. Portanto, é crucial adotar práticas que garantam a saúde e o bem-estar, mantendo os sapatos como verdadeiros protetores.

Referências

  1. Chevalier, G., Sinatra, S. T., Oschman, J. L., Sokal, K., & Sokal, P. (2012). Earthing: Health Implications of Reconnecting the Human Body to the Earth’s Surface Electrons. Journal of Environmental and Public Health. www.hindawi.com.
  2. Oschman, J. L., Chevalier, G., & Brown, R. (2015). The effects of grounding (earthing) on inflammation, the immune response, wound healing, and prevention and treatment of chronic inflammatory and autoimmune diseases. Journal of Inflammation Research. www.dovepress.com.
  3. Journal of Foot and Ankle Research. “The role of footwear in foot protection: a review.” jfootankleres.biomedcentral.com.
  4. Mycoses. “Fungal infections of the feet: epidemiology and risk factors.” onlinelibrary.wiley.com.
  5. Journal of the American Academy of Dermatology. “The role of skin pH in preventing fungal infections.” www.jaad.org.
  6. Journal of Biomechanics. “Effects of footwear on postural stability and proprioception.” www.jbiomech.com.
  7. Footwear Science. “Breathable materials and their impact on shoe microclimate.” www.tandfonline.com.

Espero que esta versão reorganizada atenda às suas necessidades para o blog! Se precisar de mais ajustes, estou à disposição.

TRATAMENTOS AVANÇADOS PARA ONICOMICOSE: Como a Ozonioterapia e a Laserterapia Estão Transformando o Cuidado com as Unhas

O PROBLEMA

Você que já se sente desesperançoso com  sua onicomicose de longas datas, não desamine. Há solução. Quero lhe apresentar duas delas que desenvolvemos em nossos consultório em podiatria. Com nossa experiência clínica, temos ajudado inúmeras pessoas a restaurarem a saúde da unhas e terem liberdade para expor os pés ao público sem constrangimentos.

 

Entenda Onicomicose

A onicomicose, mais conhecida como micose de unha, é uma infecção fúngica comum que afeta muitas pessoas, sendo mais prevalente nos homens [1].

Essa condição causa desconforto e alterações estéticas nas unhas, impactando a autoestima e a autoimagem corporal, a ponto de mulheres, na tentativa de disfarçar, frequentemente usam esmaltes escuros, o que pode agravar o quadro clínico.

A onicomicose é causada por fungos que prosperam em ambientes úmidos e quentes. Os sapatos criam essas condições favoráveis aos fungos, tornando o tratamento desafiador e exigindo persistência e o uso de tecnologias avançadas. Embora mais comum nos pés, essa doença também pode afetar as unhas das mãos, levando a sintomas como descoloração, espessamento, fragilidade, odor fétido e até a sua completa decomposição.

 

A Localização X a Gravidade 

Conforme descrito por Zaias [2], classicamente,
quatro tipos de onicomicose
são aceitos:

1. Onicomicose subungueal distal envolve principalmente o leito ungueal distal e o hiponíquio, com envolvimento secundário da parte inferior da lâmina ungueal (unhas das mãos e dos pés).

2. Onicomicose superficial branca é uma invasão da lâmina ungueal do dedo do pé na superfície da unha. É produzida por T. mentagrophytes, espécies de Cephalosporium e Aspergillus, e fungos Fusarium oxysporum.

3. Onicomicose subungueal proximal envolve principalmente a lâmina ungueal a partir da dobra proximal da unha, produzindo um quadro clínico específico. É produzida por Trichophyton rubrum e Trichophyton megninii.

4. Onicomicose por Cândida envolve toda a lâmina ungueal. É causada por Candida albicans e é vista apenas em pacientes com candidíase cutânea crônica (unhas das mãos e dos pés).

 

Importante ressaltar que, se a onicomicose não for adequadamente tratada, uma infecção mais distal ou lateral pode progredir e acometer a região proximal, podendo comprometer inclusive toda a placa ungueal. Esse agravamento torna o tratamento mais desafiador e pode levar a complicações adicionais, reforçando a necessidade de intervenção precoce e eficaz. Além de medidas de prevenção como não remover a cutícula.


Como Tratar Localmente a Onicomicose

O tratamento da onicomicose começa com uma boa higiene, utilizando sabonete líquido acidificado. Isso prepara o ambiente para os tratamentos subsequentes. O enfermeiro em podiatria desempenha papel crucial ao remover as lâminas acometidas, passo fundamental para a eficácia dos tratamentos avançados, como a ozonioterapia e a laserterapia. Em alguns casos, faz-se necessário uso de  medicamentos orais, com acompanhamento médico.

Tratamento Local com Ozonioterapia 

A ozonioterapia utiliza o ozônio, um gás com propriedades antimicrobianas, para eliminar fungos, vírus e bactérias. Durante o tratamento, o ozônio é aplicado localmente com doses e métodos adequados, ajudando a destruir os fungos ao longo do tempo e promovendo o crescimento de lâminas saudáveis. Este método é seguro, com gás obtido a partir do oxigênio medicinal, não invasivo e pode ser excelente opção para quem busca alternativas naturais.

Benefícios da Ozonioterapia 

  • Eficaz na eliminação de fungos
  • Modula a inflamação
  • Promove higiene efetiva
  • Promove o crescimento saudável das unhas
  • Método seguro e sem efeitos colaterais, quando local
  • Pode aplicado sistemicamente somam outros resultados terapêuticos, entre eles a melhora do sistema imune

Laserterapia e a Terapia Fotodinâmica Antimicrobiana

Além do ozônio, adotamos o uso de laserterapia, que é outra abordagem inovadora no tratamento da onicomicose. Utilizamos uma técnica chamada terapia fotodinâmica antimicrobiana, que atua diretamente sobre os fungos sem comprometer os tecidos saudáveis, por meio de uma reação físico-química no local. A associação desses tratamentos potencializa a cura, e dependendo do caso, pode não ser necessário o uso de medicamentos.

Além do tratamento local, podemos incluir o tratamento sistêmico para ampliar os efeitos da laserterapia e melhorar a performance do organismo.

 

Planejamento das Sessões

As sessões são planejadas de acordo com a severidade da infecção. É essencial realizar uma consulta inicial para determinar o melhor plano de tratamento. Resultados mais efetivos são obtidos com sessões semanais, pelo menos no primeiro mês.

Considerações

A onicomicose, pode se tornar  uma condição crônica e frustrante, mas com os avanços em tratamentos como a ozonioterapia e a laserterapia, há esperança para a recuperação da saúde das unhas.

No meu consultório, estou comprometida em oferecer soluções eficazes e ajustadas para cada pessoa, ajudando a restaurar a confiança e o bem-estar.

Se você está lidando com onicomicose, convido você a explorar essas opções de tratamento inovadoras comigo. Estou pronta para avaliar seu caso e desenvolver um plano de tratamento que atenda às suas necessidades específicas.
Com minha experiência e dedicação, estou aqui para guiá-lo no caminho para unhas saudáveis e uma vida sem constrangimentos.

 

Entre em contato comigo.

Dra Beatriz Yamada

Doutora em Saúde pela EEUSP
Enfermeira Dermatológica e Estomaterapeuta
Ozonioterapeuta pós-graduada
Aromaterapeuta pós-graduada
36 anos de experiência clínica

Dicas byCORPUS_ Higiene dos SapatosBaixe o pdf e ganhe um cupom de desconto

Referências

  1. Elewski BE. Onychomycosis: Pathogenesis, diagnosis, and management. Clin Microbiol Rev. 1998;11(3):415-29.
  2. Zaias N. Onychomycosis. Arch. Dermatol. 1972;105:263-274. doi:10.1001/archderm.1972.01620050069017

CORTE DAS UNHAS EM FORMATO RETO?

Sempre que vemos os guias de cuidados com as unhas, a recomendação de regra é:
cortas as unhas em formato RETO.

Isso é realmente válido, pois tem como lógica evitar alterações da curvatura, encravar os cantos das unhas e, também, prevenir traumas durante o corte.

Traumas podem levar a formação de granulomas e infeções, que são verdadeiros riscos para a pessoa com diabetes com perda da sensibilidade. Aliás, essas devem ter as unhas cortadas por um profissional da podiatria.

Sou professora de podiatria clínica há 18 anos e tenho muita vivência clínica. Raramente recebo um cliente com todas as unhas normais (exemplo, vejam essas unhas abaixo, antes e depois do corte).

Sempre que minhas alunas me perguntam sobre esse assunto, eu respondo:

O corte reto da unha é “para quem pode, não para quem quer”.

Unhas com distrofia

Pé esquerdo: antes do corte. Toque para ampliar

 

Unhas com distrofia

Pé direito: antes do corte. Toque para ampliar.


Eu lhe explico bem direitinho.

Em casos de lâmina com curvaturas normais, cortar reto é o correto. Todavia, muitas pessoas já estão com distrofias ungueais, o que impossibilita fazer esse modelo de corte, como os exemplos acima.

Outras, desde cedo, já apresentam formatos nos cantos elevados, arrebitados. O que não permite o corte reto, pois ficarão cantos pontiagudos que serão desconfortáveis durante uso de calçados ou se raspar na pele. Eu chamo esse tipo unha de arma secreta, pois se passar na pele do outro ou de si próprio, riscará e poderá vir a ferir.

Também, verifica-se, na prática clínica, que muitas pessoas idosas, com diabetes ou outras doenças crônicas, possuem as lâminas espessadas e com diversas alterações na sua forma: telha, gancho, caracol, funil. Podendo estar acompanhada de onicomicose, verruga subungueal, queratose subugueal, onicofose e outras onicopatias.

Em tais situações, é inviável fazer o corte reto. Logo, é preciso ajustar o corte, retirando as áreas que estão descoladas, enroladas para baixo. Fazemos um certo ajuste ao formato que está na pele.

Unhas com distrofia

Aqui, a mesma pessoa acima, depois do corte e limpeza. Trabalho realizado por aluna do curso de podiatria, turma 59, julho 2023.

 

Quais as soluções para corrigir?

Quando possível, realizam-se os procedimentos de correção das lâminas com aplicação de órteses ou outras formas de barreira lateral, como os artefatos para o afastamento das pregas. E vamos esperar que a boa vontade da biomecânica possa ajustar e voltar a normalidade. Sempre é possível melhorar os pés.

Bem, agora que você já entendeu que nem sempre é possível realizar cortes retos, explique aos seus pacientes.
E vamos cuidar dos pés desde cedo para polpar o que for possível lá adiante.

Nossos pés são muito importantes. Eles nos sustentam o dia inteiro e nos conduzem pela vida. Vale a pena cuidar bem deles.

Precisando, aqui estamos nós. Se for fora na minha região, uma busca na internet sempre poderá achar muitas das enfermeiras
que tive o privilégio de ser mentora. Em Teófilo Otoni, clique aqui.

E vivam os pés saudáveis!

Com apreço,

Dra Beatriz F A Yamada – PhD
Enfa Estomaterapeuta e Dermatológica
Expertise em PodiatriCare

VOCÊ SABIA QUE EU CRIEI A byCORPUS, UMA MARCA DE PRODUTOS DE HIGIENE E HIDRATAÇÃO DA PELE?

Desde 2005, criamos uma empresa, com mais três sócios, de comercialização de produtos para atender público da minha especialidade, a estomaterapia. Por isso, a razão social foi batizada como Estomatech – tecnologia em estomaterapia ao seu alcance. De lá para cá muita coisa já mudou, inclusive o nome.

A razão social Estomatech foi mudada para byCORPUS Com. e Serv. Ltda, para assumir o nome do produto. Embora o foco seja nossa própria marca, a byCorpus, a Estomatech se mantém como um dos nomes fantasias, sendo uma área de negócios dentro da empresa, especialmente para área de podologia/podiatria.

Mas o que quero falar aqui é da criação do meu produto, chamado byCORPUS, que nasceu sete anos depois.

Então vamos lá contar história.

Um dia, resolvi que eu precisa ter um produto próprio. Como estava com mais tendências para a prevenção, e atuante na
área de podiatria tanto na clínica, quanto no ensino, me debrucei a estudar tudo que era preciso para criar um hidratante de A a Z que fosse ótimo para pessoas com diabetes. Nesse tempo de estudo, fui descobrindo coisas ótimas e foi uma grande realização.

Como já era pesquisadora, desde 2001, achei que era melhor saber o que as pessoas desejavam. Assim, criei uma pesquisa de campo e fui pedindo para pessoas da população geral, meus clientes e colegas enfermeiros responderem. Foi interessante o ‘conflito’ entre o desejo dos pacientes/população e dos enfermeiros. Fui criando certo consenso, na medida que a produto saindo do papel para bancada.

Uns anos se passaram entre a ideia e a chegada do produto na empresa. Foi uma super emoção, quando julho de 2012 chegou o primeiro lote para ser comercializado. Pouco tempo depois foram feitos os sabonetes.

Tive todo cuidado para fazer produtos que respeitassem à fisiologia da pele e que fossem seguros e eficazes. Para atestar a segurança, várias pesquisas foram feitas, e felizmente deu tudo certo.

Já são quase 11 anos que a byCORPUS está ajudando cuidar bem da pele de milhares de brasileiros.

O sabonete da byCorpus tem sido adotado por várias enfermeiras para higiene de lesões de pele de difícil cicatrização. O resultado é surpreende. Sabe o porquê? Microrganismos da flora da pele gostam de meio com pH neutro para alcalino, condição ótima para o crescimento deles. Feridas crônicas são polimicrobianas e “um campo de guerra”. Para fazer delas “um jardim florido” é preciso muita atenção nesse requisito básico: a higiene com pH acidificado.

Quer assistir uma aula da Enfa Maria Oliveira sobre isso? Clique aqui
Abaixo um parecer dela também.

PARECER TÉCNICO DO SABONTE byCORPUS

Declaro para os devidos fins que o sabonete líquido byCorpus exerce sua proposta de limpeza, removendo toda sujidade e mantendo a pele com hidratação e conforto. Além disso, reduz o nível de contaminação da pele, ao dificultar o crescimento de microrganismos locais, em função do sabonete ter um pH levemente acidificado, muito importante para equilíbrio do manto.
Portanto, firmo opinião técnica no sentido de constatar que o sabonete líquido byCorpus vai além do conforto e hidratação ao paciente, pelos seguintes aspectos:

1. Sua composição, com substâncias naturais e emolientes, permite ser usado em todo tipo de pele fragilizada ou vulnerável, como: gestantes, recém-nato termo e pré-termo e idosos.

2. Há benefícios do uso do sabonete líquido byCorpus aos acamados com comorbidades que refletem na pele o desequilíbrio da homeostase.

3. O referido produto, também atende a critérios como o de respeitar o pH fisiológico, os testes dermatológicos, oftálmicos e os devidos registros da Anvisa e a não inclusão de parabenos.

Sendo, então, o meu parecer técnico profissional favorável ao uso do sabonete líquido para higiene corporal, para pele peri estomias e também para pele fragilizada, apresentando lesões, como: skin tears, queimaduras, abrasões e, inclusive, as feridas crônicas estagnadas.

Maria Madalena Jorge de Oliveira do Amaral – COREN-RJ 214808-8
Enfermeira dermatológica, atua em assistência ambulatorial e domiciliária
Proprietária da Empresa Regênese.

Campos dos Goytacazes – RJ, 08/03/2023.

OBS: autorizo o uso deste documento em favor da empresa byCorpus para fins de divulgação a outros profissionais e redes sociais.

Exercícios para flexibilidade e saúde dos pés

Você tem joanete, dedos em martelo, dor plantar e câimbra nos dedos ou pés? Uma boa dica são esses exercícios para aumentar a flexibilidade dos pés.

Todos esses exercícios foram originalmente propostos pela American Orthopaedic Foot and Ankle Society1. Como alguns deles já não constam mais no site, usamos outra referência2.

Realizamos tradução de modo livre e adaptamos a redação para melhor compreensão das orientações em nosso contexto.

Nosso interesse é estritamente educacional, a fim de promover a saúde dos pés, especialmente das pessoas com diabetes pois, ‘a cada 20 segundos, uma pessoa com diabetes perde o pé em algum lugar do mundo”3, e tudo pode começar com um pequeno trauma. Por isso, não recomendamos que o último exercício proposto (andar na areia) seja realizado por pessoas com perda de sensibilidade dos pés.

É importante ser cuidadoso com os exercícios usando os elásticos. A sensação deve ser apenas de puxar e não deve causar nenhuma dor2.

Se encontrar alguma limitação para realizar os exercícios, não desista. Sugerimos persistir, indo devagar e sempre, pois temos certeza que fazer alguma coisa será melhor que não fazer nada.

Realizar cada exercício de três a quatro vezes ao dia, começando pela manhã, ao sair da cama2.

Aproveitamos para deixar nossas dicas de cuidados com pele e unhas:

  • Caprichar na higiene e na hidratação da pele, para evitar ressecamentos e lesões.
  • Para respeitar fisiologia da barreira da pele, usar sabonete líquido com pH levemente acidificado, por ser muito importante para proteção contra microrganismo.
  • Manter a pele entre os dedos sempre seca.
  • Cortar adequadamente a unhas. Se necessário, buscar um profissional capacitado, como os enfermeiros atuantes na área de podiatria.

Desejamos muita saúde e que seus pés lhes conduzam aos seus sonhos.

Dra Beatriz F Alves Yamada – PhD, MS, ET – COREn-SP 49.517


Exercícios com Instruções e Recomendações

A. Dedos elevados, na ponta e curvados

São três exercícios em posições diferentes, feitos sentado ou em pé.
No primeiro, deve posicionar o pé no chão e elevar o calcanhar para apoiar somente a ponta dos pés. No segundo, precisa erguer o pé e apoiar somente a ponta dos dedos. Para o terceiro, é necessário apoiar todos os dedos, pelo peito (dorso) do pé, e curvá-los, fazendo um arco.
Segurar cada posição por 5 segundos.
Repetir cada posição 10 vezes.

Recomendado

Para pessoas com dedos em martelo ou que sintam câimbras nos dedos.

B. Apertando os dedos

Colocar um material macio, em formato cilíndrico, entre os dedos dos pés (Ex. cortiça, esponja, algodão ou tecido). Apertar os dedos para tentar fechá-los.
Segurar por 5 segundos.
Repetir 10 vezes.

Recomendado

Para pessoas com dedos em martelo ou que sintam câimbras nos dedos

C. Puxando os dedões

Encaixar um elástico grosso no dedão (hálux) de cada pé. Puxar o elástico em direção ao dedinho (5ª dedo) de cada pé. Segurar essa posição com o elástico esticado por 5 segundos.
Repetir 10 vezes.

Recomendado

Especialmente para pessoas com joanetes ou que sintam câimbras nos dedos.

D. Puxando os dedos

Encaixar um elástico grosso em volta de todos os dedos de cada pé. Afastar os dedos e segurar essa posição esticando o elástico por 5 segundos.
Repetir 10 vezes.

Recomendado

Especialmente para pessoas com joanete, dedos em martelo ou que sintam câimbra nos dedos.

E. Rolando com a bola

Colocar uma bola de golfe ou tênis em baixo dos pés (poderá substituir por um rolo de massa de cozinha). Rolar a bola ou o rolo com o arco do pé para frente e para trás, por 2 minutos.
Esse exercício será uma ótima massagem para a sola dos pés.
Procurar fazê-lo sentado. Com a evolução, se sentir-se seguro, fazer em pé.

Recomendado

Especialmente para pessoas fascite plantar (dor no calcanhar), tensão no arco plantar e câimbra nos pés.

F. Enrolando a toalha

Sentar com os dois pés apoiados no chão. Colocar uma toalha pequena no chão, à sua frente. Pegar o centro da toalha com os dedos dos pés e enrolá-la em sua direção, fazendo um arco no pé.
Relaxar e repetir o exercício 5 vezes.
Fazer um pé por vez.
Poderá aumentar a resistência colocando um peso na ponta da toalha.

Recomendado

Especialmente para pessoas com dedo em martelo, câimbra nos dedos e dor na parte superior da da sola pé (o coxim abaixo dos dedos).

G. Pegando bolinha de gude

Sentar com os dois pés apoiados no chão. Colocar 20 bolinhas de gude no chão, à sua frente. Usando os dedos dos pés, pegar uma bolinha de cada vez e colocar numa vasilha.
Repetir o exercício até pegar todas as bolinhas.

Recomendado

Especialmente para pessoas com dedo em martelo, câimbra nos dedos e dor na parte superior da da sola pé (o coxim abaixo dos dedos).

H. Andando na areia

Sempre que tiver oportunidade, tirar os sapatos dos pés e andar na areia da praia. Ela irá massagear os pés e fortalecer os dedos.

Recomendado

Exercício bom para o condicionamento geral do pé. Cuidado com vidros ou objetos cortantes.

Adicionado

Não recomendamos pessoas com perda de sensibilidade andar de pés descalços em nenhum lugar.

Fontes:

  1. https://footcaremd.org/resources/how-to-help/how-to-keep-feet-flexible/ (acesso em 04/12/2020)
  2. https://www.passionpodiatry.com/single-post/Lower-Limb-Exercises (acesso em 04/12/2020)
  3. https://iwgdfguidelines.org/ (acesso em 04/12/2020)

Revisão da ortográfica: Débora Pacheco

PodiatriCare nas mãos – um caso de unhas verdes

Os cuidados podais, como próprio nome diz, têm seu foco nos pés. Contudo, as mãos demandam os mesmos cuidados pois têm pele e anexos. Contaminação por fungos, bactérias e vírus acometem as unhas das mãos, assim como lá no seu extremo, os pés.

Quero compartilhar essa situação porque é importante à saúde. As mãos vão à todos os lugares do corpo, incluindo à boca para se alimentar. Precisa estar limpa e saudável.

Esse relato não se trata de uma apresentação científica, mas um registro do que foi visto e feito em uma pessoa num atendimento social durante o treinamento de enfermeiros no curso de aperfeiçoamento em podiatria.

A senhora idosa nos permitiu fazer a fotografia. A chamaremos de T.

Ela não sabia sua idade, pediu que tentasse adivinhar, dizia ter uns 70, ela havia perdido seus documentos. Isso não importa aqui a idade em si, era já um tanto idosa. Eu aposto mais que 70 anos.

Dona T. tem uma doença de pele (pênfigo bolhoso – sic) que judia seu corpo, as bolhas crescem e rompem, ela se coça e se fere, as moscas ficam cercando.

Veio para atendimento podiátrico de andador, com passos muito lentos trazida por seu responsável. Ela estava com muita vontade de fazer a “manicure”. Tudo bem, explica-se que se trata de enfermeiros fazendo podiatria clínica. Um aprendizado para ela.

Na avaliação (26.11.19)

Quando meus olhos viram suas unhas das mãos e algumas dos pés com essa coloração, me lembrei de outros casos de unha de cor verde que tratei. Não temos como diagnosticar, e nem nos cabe isso como enfermeiros, contudo o odor que exalava na manipulação é inconfundível. Ofendeu o nariz a ponto de passar pela luva às mãos da enfermeira Fernanda Lopes, a colega que estava colaborando comigo no treinamento e realizou o procedimento de uma das mãos no primeiro dia. Foi preciso dar um jeito nas mãos Fernanda depois (nada que melaleuca não resolva).

Esse caso foi o primeiro da enfermeira Izabel Kariny, que foi designada, pelo além, para atender (eles escolhem onde sentar). Foi muito trabalhoso, levou mais de duas horas para conseguir realizar todo procedimento, porque eram as mãos e os pés. Valeu a primeira experiência da Izabel em podiatricare já com caso mais raro. Depois desse, ela nunca mais “fará vistas grossas” às unhas de nenhum paciente. Seu trabalho ficou muito bom, tudo cortado e higienizado para fazer a terapia fotodinâmica (TFDa). TFDa é uma terapia antimicrobiana fundamental na prática da podiatria clínica.

Aspecto da unha da mão esquerda

Mão esquerda depois do desbridamento

Enfa Izabel atendendo seu primeiro caso, dona T.

Intervenção da PodiatriCare

Na hora de atuar com esses casos, saber que “bicho” tem nas unhas é o de menos, porque o cuidado é o mesmo e fazemos o que sabemos.

  1. Higiene com sabonete acidificado
  2. Emoliente
  3. Remoção da onicólise
  4. Desbridamento com brocas
  5. Mais limpeza – aqui vinagre vai bem (se tivesse).
  6. Terapia fotodinâmica antimicrobiana (TFDa) com laser.

O ambiente ficou com muito odor, mas logo se dissipou com spray de melaleuca.

Serviço feito! Sorriso nos lábios de quem recebeu esse cuidado.

28.11.19

Fui em busca dela em sua habitação, e eu mesma realizei o procedimento. Ela esperava com ansiedade.

Surpresa! Não havia mais nenhum odor. Fizemos uma nova TDFa.

Aspecto das unhas 48 horas depois – azul é do corante

Procedimentos dessa vez:

  1. Vinagre para retirar o excesso do azul prévio – eu já tinha ido comprar
  2. Limpeza novamente
  3. TFDa com laser
  4. Óleo essencial de meleuca 10%.
  5. Orientação para manter higiene com vinagre.

Quis remover o azul aplicado para a TFDa. Ela me pede para deixar assim. Entendi, faz de conta que é um esmalte. Dignidade é tudo.

Voltei para meu estado depois de uma semana de intenso trabalho treinando enfermeiros em PodiatriCare, mas dona T. ficou em minha cabeça. Fiz minha colega Fernanda. me fazer uma promessa que iria atender dona T semana vem.

Quero muito ver dona T 100% curada.

Em resumo

Higiene e TFDa fizeram uma gigante diferença na saúde das unhas das mãos de dona T. Ainda precisa de tratamento.

Nós nos alegramos em poder ajudar a ela e tantas dezenas de pessoas que foram voluntários para o curso em Fortaleza.

O que eles nos perguntam? Quando vocês irão voltar.

Quem sabe logo.

Tem sempre gente com vontade de ajudar. Promoveremos ação social contando com colegas do local. E assim, poderemos ajudar idosos a ter pés e mãos saudáveis.

Se suas unhas têm cor diferente, procure tratamento.

Procure um Enfermeiro com formação em PodiatriCare (Podiatria Clínica)

Dra Beatriz Yamada – Estomaterapeuta

Instituto Beatriz Yamada

Contato: WhatsAap: 11 99609 4381

Eureka!! Como retirar azul de metileno da unha

O azul de metileno ou de tuluidina são fotosensibilzadores que usamos para realizar a terapia fodinâmica para tratamento da onicomicose.

A combinação dessa substância com a luz do laser ou led produz a reação necessária para matar pouco a pouco os fungos das unhas e pele.

O inconveniente, até então, é que as unhas ficam manchadas com azul e esteticamente ruim para algumas pessoas, sejam jovens ou idosas.

Semana passada, atendi uma cliente nova que já tinha usado a terapia anteriormente em outro local. E ela me deu uma notícia que foi a novidade para mim: conseguia tirar tudo com limão. E isso já foi informação passada para ela. Veja o poder da história oral.

Me disse que usava o limão a noite para evitar queimar a pele com exposição solar, devido ao sumo que poderia tocar a pele. Achei MARAVIGOLD!!

Pensando no assunto, sabendo que limão é ácido, resolvi experimentar o que eu tinha no consultório: ácido acético branco de maçã. Eurekaaaa! A coisa funcinou!! Contei a novidade para algumas colegas e deu certo mesmo. Eba, reunindo evidências. Testei o limão depois, e não vi nenhuma diferença entre ambos na remoção do azul. Entre um e outro, optarei pelo o velho e bom ácido acético pois ficará mais prático para uso tanto no consultório quanto em domicílio.

O que aprendemos, devemos compartilhar. Assim, lá vai minha técnica.

Ao concluir a TFD:

  • pegar algodão ou gaze e embeber com ácido acético puro, o branco de maçã;
  • deixar essa gaze um pouquinho de tempo sobre unha, e depois esfregar até remover o máximo possível;
  • Colocar nos sulcos da unha algodão úmido com a substância e usar o bustiri nuclear para ajudar a esfregar (cuidado se estiver cortante, os meus os deixo cegos) ou um palito de dentes (com cuidado para não ferir)
  • repitir quantas vezes precisar (geralmente duas ou três);
  • aplicar água para remover o vinagre da pele;
  • secar tudo;
  • orientar para aplicar um fitoterápico na unha para potencializar o tratamento em casa.

Sobre os fitoterápicos: as opções vão da solução de vinagre, vinagre com alho à óleos essenciais, entre outras alternativas. Depende também das circunstâncias. Eu faço um mix de cuidados domésticos, que são parte de nosso protocolo institucional.

A respeito do óleo, atualmente, retornei ao óleo essencial de melaleuca porque encontrei um que de fato é essencial, com selo de garantia de pureza. A melaleuca é antifúngica, e tem mais um tanto de outros efeitos terapêuticos. Mas, é preciso ser de fato pura. Em nosso meio há muita mistura. Um dica é ver o preço do produto. Mais do que isso é ver o selo de autenticidade, ex. o CPTG (Certificado de Pureza Testada e Garantida) ou outro que comprove pureza (solicite onde irá comprar).

E para terminar o cuidado, deixar o pé hidratado no capricho. Um carinho em dose dupla. E nessa caso, um ótimo creme hidratante. Eu uso da minha própria marca, a by Corpus.

Essa limpeza com ácido acético fica muito boa, sai basicamente tudo. Em alguns é possível sair tudo. Mas se a unha estiver muito porosa o azul penetra mais e fica lá uma macha azuladinha. Aos que se importam com isso, orientar que repita em casa novamente que vai saindo.

Gostou da dica? Eu amei. Que tal compartilhar com os profissionais que realizam TFD?

Eu testei desse modo, faça novas descobertas e nos conte.

Vamos matar esse funguetes!

abs,

Dra Beatriz F Alves Yamada – PhD, ET
Proprietária do IBYamada

 

Obs. A fotos estão publicadas com autorização dos clientes para divulgação pelo IBYamada, Não deverão ser utilizadas sem prévio consentimento.

Empreendendo com treinamento de Enfermeiros em PodiatriCare – relato de experiência

Introdução

Quanta coisa acontece em um dia? Ou em uma semana? Um ano? Uma, duas décadas? Muitos dos acontecimentos vividos vão ficando para trás e sem os devidos registros os fatos são deixadas no ‘vazio’. Quanta falta me faz um diário, e esse blog tem também essa finalidade: guardar histórias. Assim sendo, vou registrar aqui um pouco da minha trajetória com treinamento de enfermeiros ao longo desses 13 anos. Uma razão é porque no dia 31 de agosto teremos o PodiatriCare – II Simpósio de Podiatria Clínica, e como estou preparando minha palestra de empreendedorismo em ensino extracurricular, resolvi deixar algum registro aqui em meu blog profissional.

Contextualizando a minha formação como especialista e empresa

Como tudo tem um começo, preciso contextualizar alguns dados de minha formação e da empresa. Então, vamos lá ativar uns engramas cerebrais.

Fiz especialização em estomaterapia num curso intensivo de menos de três meses, na Escola de Enfermagem da USP, na XIX turma, iniciada em fevereiro de 1998. Ao concluir, já em maio, iniciei minhas atividades como estomaterapeuta (ET) em assistência domiciliária. E assim fiquei até julho de 2000, quando minha clínica (Enfmedic) foi inaugurada na Capote Valente, 432 cj 75, local que permaneci até 30/06/18 (guardando memórias). São duas décadas de formação especializada em estomaterapia e de empreendedorismo na área.

A Enfmedic guarda em sua história muito pioneirismo em inúmeros de seus empreendimentos, sendo esta a primeira clínica do país em estomaterapia. Isso é um dos pioneirismos: nascer num contexto onde a estomaterapia era extremamente desconhecida e mais raro ainda enfermeiros terem clínicas. Essa realidade é bem diferente na atualidade, pois já há vários enfermeiros empreendendo. Tenho consciência que servi de espelho para muitos de meus pares. E com esses 20 anos de experiência, hoje me é fácil falar sobre nos cursos que ofereço e mostrar ao enfermeiro que podemos voar e ter uma vida 100% autônoma e ser profissional liberal, empresário etc, sendo bem sucedido na carreira. Desde que tenha muito empenho. Gosto de uma frase, no que no site pensador refere ser de autor desconhecido. Ela faz todo sentido para minha vida.

“O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário”.

Voltando aos pés. Lidando com pessoas com úlceras por diabetes mellitus, via a situação das unhas e pés e não tinha preparo para esses cuidados, mas era preciso cuidar deles. Desse modo, inclui no escopo das atividades multidisciplinar da clínica a podologia, mas realizada por podólogos. Relembro que nessa época já havia enfermeiras com curso técnico em podologia atuando com pacientes diabéticos. Mas ainda nenhum curso para capacitar enfermeiros para esse exercício de cuidados podais. O inverso era real, preparação de podólogos para cuidar de diabéticos. De verdade isso me era um incômodo. O enfermeiro já tinha histórico longínquo de atuação na área e foi perdido por alguma circunstância do mercado.

Os primórdios dos cursos de podiatria

A colega Suely Thuler, residente em Americana (SP), ao realizar sua pós-graduação em Estomaterapia, em 2000, foi se engajando nessa área, buscando beber em outras fontes para ir adquirindo esse conhecimento. Suely, em 2001, começou a dar aula no curso de estomaterapia da Unitau, de onde foi egressa, sobre prevenção de lesões nos pés de pessoas diabéticas, o que se estendeu na EEUSP depois.

Como minha empresa já tinha Centro de Estudos e realizava vários cursos de atualização em estomaterapia, em 2005, nos unimos para empreender nesse segmento, realizando cursos específicos para enfermeiros e até para podólogos. Mas, depois decidi atuar apenas com enfermeiros, pois acredita que o caminho tinha que ser o inverso. Ensinar enfermeiros a fazer cuidados podais e esses assumirem o cuidado do paciente diabético, e não o contrário. Algo hoje que ainda me mantenho fiel a essa missão: trazer o enfermeiro para atuar em Podiatria Clínica especialmente com diabéticos, e ajudar a mudar a realidade que se tornou saúde publica, pessoas diabéticas perdendo os pés em alguma parte do mundo a cada 20 segundos.

Na primeira proposta, fizemos um curso de 96h/aula, com muita teoria, e demos o nome de: “Curso de Capacitação para enfermeiros – Prevenção de complicações nos pés de diabéticos“. Não chamamos de podologia e nem tão pouco podiatria. Nossa ênfase era ensinar de modo mais abrangente o cuidado ao paciente diabético, numa perspectiva de cuidados de enfermagem, mas inserido os cuidados podais. Abaixo um recorte do folder usado.

Isso foi algo inédito no país: ensinar enfermeiros a realizar tratamento/cuidados podais. Essa curso foi muito prazeroso, e entre as atividades realizadas construimos junto com os alunos um instrumento de avaliação dos pés de pessoas com diabetes. Desse curso, frutos renderam e algumas enfermeiras foram atuar na área diretamente.

Numa versão seguinte, diminuímos a carga horária pois verificamos que muitos dos conteúdos dados já eram conhecidos pelos enfermeiros. Assim sendo, passamos dar mais ênfase em aspectos práticos.

Nessa fase, dispensei o serviço realizando por podólogos, e Suely passou a atender alguns casos na Enfmedic por um curto período de tempo. Merian, uma das enfermeiras que atuava comigo foi capacitada no curso e passou a realizar esse trabalhado também.

No seguir da carruagem, Suely e eu fomos atuando de modo independente no treinamentos de enfermeiros, cada uma em sua própria sede. E em meu curso passei a focar inteiramente em prática clínica de 3 dias por um certo tempo.

Embora meu enfoque nesse texto seja sobre educação, não posso deixar de escrever que na área assistencial a podiatria passou a ser um serviço bem relevante na empresa, e hoje é o carro chefe.

Um enxerto na história – assegurando a área na estomaterapia

Ao vermos ser esse um caminho presente e futuro de grande importância para o Estomaterapeuta, em minha gestão como presidente da SOBEST realizamos as competências do ET, e, aproveitou-se para já inserir essa atividade como parte integrante da especialidade, em documento publicado na Revista Estima e no site da SOBEST. Nesse documento ficou definido que algumas dessas atividades devem ser realizadas mediante curso complementar de capacitação em podiatria.

Realizar cuidados podiátricos – cuidados com as unhas: limpeza de micose, corte adequado, correção de deformidades e remoção de espículas ; cuidados com os pés: remoção de calos e calosidades (SOBEST, 2008).

Pouco a pouco os coordenadores dos cursos de estomaterapia foram introduzindo algum conteúdo no assunto para despertar os alunos para essa área também. E fomos vendo cada vez mais enfermeiros se interessando e se capacitando para tal exercício com cursos de extensão. Nossa empresa serviu de campo de estágio na área para os alunos de estomaterapia da EEUSP.

A especialidade na UNIFESP

Em 2007 nasceu a especialização em Podiatria na UNIFESP e três cursos foram realizados. Foi sonhado pela profa Mônica Gamba, a real precursora da Podiatria, mas coordenado pela Profa Odete, com auxílio da enfa Vera Lígia. Nesses cursos várias ET se especializaram, sem contudo atuar plenamente na área. Com a especialização a Podiatria entrou no rol das especialidades da enfermagem, mas foi retirada por algum desconhecimento de causa, ficando somente nas competências do ET. O curso foi interrompido depois da 3a edição, mas há intenção de retornar.

Outros cursos de especialização foram realizados por iniciativa privada.

A Podiatria na SOBENDE

Em 2015 foi incluída como uma parte no departamento das sub áreas da SOBENDE. E nessa entidade participei, com outras colegas, de uma força tarefa para organizar os cursos de extensão quanto a carga horária e conteúdo. O material foi enviado ao COFEN, pois se pretendia requerer o retorno da especialidade, o que não aconteceu.

Recentemente, o COFEn realizou uma nova resolução 570/18 incluindo a podiatria na Enfermagem em Dermatologia. Essa área têm sido atualmente coordenada por mim dentro da SOBENDE.

Nossos Simpósios – realizando cultura

Em abril 2016, realizamos, juntamente com o SIMPELE (Simpósio de Pele), o I Simpósio de Podiatria Clínica, no teatro Gamaro, em parceria com a Expansão Eventos, com participação de enfermeiras atuantes na área (Maria Lucoveis, Merian Santos, Rosangela Oliveira, Vera Lígia). Esse ano acontecerá a segunda edição, com exclusividade em Podiatria, ganhando essa identidade visual abaixo, também de autoria de Rachem Yamada.

Em maio de 2017, cunhamos em nossa empresa o termo PodiatriCare, para denominar nosso serviço dentro do IBYamada (nome fantasia adotado a partir de 2016). Depois, com a ideia de franquia, adotamos esse nome para o projeto PodiatriCare – uma missão de cuidado, que está sendo estruturado para uso de licença de marca. A logomarca (nov 17) foi criada pela minha filha, uma artista inata. E um site exclusivo foi desenvolvido pelo Maurício, cujo lançamento foi feito em dezembro de 2017.

Nesse momento, a PodiatriCare é uma rede de afiliados que se interessaram em promover o nome podiatria clínica, juntamente com o IBYamada. Todos os participantes são egressos de nossos cursos de podiatria clínica.

Logarmaca criada por Rachel Yamada

Ressalto que devido ao interesse na podiatria e sua inserção oficial dentro da Enfermagem em Dermatologia, coordeno uma pós-graduação no Centro Universitário Adventista nesse área, onde a Podiatria foi inserida como parte das disciplinas. O curso está em fase de inscrição.

Os nossos treinamentos no presente momento

A contar de 2005 até agosto de 2018, 37 turmas foram realizadas e inúmeros enfermeiros treinados. Vários desses realmente atuando, precisaria fazer uma pesquisa com os egressos.
Tenho como premissa a realização de turmas pequenas, com no máximo sete pessoas, devido a prática clínica que quero acompanhar com toda atenção.

O curso foi passando mudanças gradual ao longo do tempo, pois era focado na prática. Foram sendo incluídas novas temáticas como laser e empreendedorismo, sendo necessária a ampliação da carga horária. E sei que sofrerá sempre mudanças, pois é um aprendizado contínuo.

A partir de janeiro de 2018 passou a ser de Aperfeiçoamento, com uma parte teórica realizada em EAD. Na parte presencial, realizo dinâmicas de autoconhecimento (juntando meus conhecimentos de psicologia), além de mentoria em empreendedorismos e o treinamento em voluntários generosos. Tudo isso, em curto tempo, possibilita ao enfermeiro ampliar suas competências e atividades que já realiza, mas também iniciar um trabalho exclusivo. A grande maioria dos treinados é ET ou Enfermeiro em Dermatologia.

Considerando os treinados nos primórdios, já são 150 enfermeiros. De janeiro de 2015 até agosto de 2018, 102 enfermeiros foram treinados. E a partir de maio de 2016 (n=76), exclusivamente por mim.

Dado ao interesse, em parceria com colegas, realizamos uma nova base de treinamento no nordeste, na cidade de Fortaleza (CE), e já treinamos 14 enfermeiros em maio e julho, e com uma nova turma aberta para novembro. O Ceará já possui 15 enfermeiros treinados no nosso programa, todas elas especialistas em estomaterapia ou dermatologia. Na figura abaixo pode ser visualizada a distribuição por estado, no período de janeiro de 2015 a agosto de 2018.

Embora tenham sido treinados todos esses, nem todos conseguiram atuar em Podiatria de modo exclusivo ou complementar. Seja porque não possuem muito perfil para o empreendedorismo, seja porque não se encontram nessa atividade. Alguns se sentem “diminuídos” realizando cuidados podais. Talvez não tenham entendido o valor da missão de PodiatriCare: ajudar pacientes diabéticos a preservarem seus pés do risco da amputação, pois as estatísticas mostram que a “a cada 20 segundos um diabético perde o pé”. Atrelado a isso, PodiatriCare é uma das grandes possibilidades para o enfermeiro empreender com muito sucesso.

Graças a podiatria meu consultório se mantém com atividade 100% privada, não somente para atendimento clínico mas em educação continuada.

Incentivo fortemente enfermeiros a atuarem nessa área.

Dra Beatriz Yamada – ET

Por que Podiatria Clínica?

Desde 2005, tenho me dedicado a treinar enfermeiros em Podiatria Clínica. Esse trabalho tornou-se mais que trabalho, é uma dupla missão pessoal e profissional:

  • promover a prevenção de lesões de pele, porque acredito que é totalmente possível e
  • ampliar os horizontes dos enfermeiros para o empreendedorismo nessa área.

Publicação internacional mostra a terrível estatística com relação aos diabéticos: a cada vinte segundos uma pessoa sofre amputação em algum lugar do mundo. Veja original: 👇

“Every 20 seconds a lower limb is lost to diabetes somewhere in the world”

Chega a ser quase inacreditável alguém perder seu pé porque a prevenção falhou! Claro que prevenção passa pela responsabilidade pessoal, mas também é uma questão de políticas públicas e dos profissionais. As vezes uma micose entre o dedos (tínea pedis), um calo ou uma fissura são portas de entrada para processos infecciosos, que podem culminar com a amputação. Isso pode ser diferente!!

Quantos pacientes passam em consultórios de um profissional de saúde e têm seus pés examinados? Analise você mesmo que está lendo esse texto, se for diabético ou tem familiar, se isso acontece. Ou seja, há negligência de inúmeras partes. É preciso envolvimento dos profissionais, do governo e pessoal. Cada pessoa tem que se empoderar, assumir o comando do seu próprio corpo, controlar sua doença e quem sabe até se curar, se um grande investimento em mudanças no estilo de vida fosse feito, a começar pelos hábitos alimentares. O bom e velho Hipócrates (falecido em 377 a.C.) já dizia:

“Que a comida seja teu alimento e o alimento tua medicina.”
“Tuas forças naturais, as que estão dentro de ti, serão as que curarão suas doenças.”
“A cura está ligada ao tempo e, às vezes, também, às circunstâncias.”

Enfim, apenas uma digressão, mas um pano de fundo para esclarecer porque tenho uma missão, chamada PodiatriCare. Engajar profissionais enfermeiros e também acadêmicos para voltar seu interesse nessa área, porque com PodiatriCare é possível:

  • Salvar pessoas e seus pés – os pés são os que nos conduzem pela vida;
  • Ampliar os horizontes profissionais para atuação como empreendedor nos cuidados podais => autonomia profissional.

Há muitos pés de diabéticos. Veja a triste estimativa para 2030:

“By 2030, the global estimate is expected to rise to over 552 million – 9.9 % of the adult population.”

Há muitos pés de diabéticos, mas não é apenas para o diabético que um enfermeiro pode oferecer seus cuidados. O seu público alvo é qualquer pessoa com necessidades de cuidados na pele e seu anexo unha, como exemplo:

  • Distrofias das unhas de qualquer ordem – temos como tratar com as técnicas padrão, seja nos pés ou nas mãos
  • Onicomicose – oferecemos tratamento de ponta com laser para realizar a terapia fotodinâmica (TFD). Essa intervenção não tem efeito sobre o fígado de ninguém, como pode ocorrer com as drogas padrão
  • Se já tiver lesões de pele – temos um arsenal de tecnologias para ajudar na cura do ferida. E investir para nunca mais ter
  • Temos um ouvido afinado para escutar – a cadeira é bom lugar para relaxar e poder falar de si mesmo
  • Temos uma mão muito habilidosa para manejar a pele e seu anexo unha – a mão do enfermeiro não é automática e mecânica, ela segue o raciocínio clínico acumulado em sua formação acadêmica, especializada e de educação continuada

Então, se você é uma pessoa que está precisando de cuidados nessa área, tenho uma prescrição: PodiatriCare vinculado a um profissional enfermeiro.

Se você é enfermeiro e está procurando um novo rumo para sua vida profissional, eu também tenho uma prescrição educativa: PodiatriCare. Sua autonomia e receita de sucesso. Faça curso conosco. Temos anos de experiência no ramo.

Para atendimento, conheça os afiliados na PodiatriCare. Um grupo de enfermeiros empreendedores engajado comigo para promover a Podiatria Clínica.

Nos ajude com essa missão. Compartilhe nosso texto.

Obrigada,

Dra Beatriz Farias Alves Yamada
Estomaterapeuta – COREn 49.517
Proprietária do IBYamada
WhatsAap: 11 99609 4381