Treinamento de Enfermeiros em Podiatria Clínica: meu legado 17 anos depois

Há 17 anos tenho me empenhado em treinar enfermeiras e enfermeiros para atuarem nos cuidados com os pés. Sempre, propositalmente, realizando cursos com grupos pequenos para poder ser de fato um hands on. Desse modo, eles voltam para suas cidades em condições de realizar o fundamental para a prevenção de lesões em pessoas com diabetes mellitus: a podoprofilaxia. E muito mais…

Parece que foi ontem que tudo começou, mas estamos completando 17 anos de ensino livre nesta área no mês de maio de 2022. De lá para cá, foram 225 enfermeiros capacitados. Muitos deles estão empreendendo. Certamente, alguns não evoluíram como empreendedores. Alguns foram muito além e se tornaram novas referências na área.

 

Quero aproveitar que estamos em maio, celebrando a Semana de Enfermagem virtualmente, e deixar algumas notas por aqui, dando uma de Florence. Registrar a história é uma linda maneira de vermos como tudo aconteceu, nos inspirar, nos orgulhar e continuar fazendo cada vez mais para o bem comum.

Em 2018, fiz um conferência e deixei publicada sobre a podiatria aqui mesmo nesse blog. Não quero repetir os conteúdo anteriores. Por isso, quero lhe sugerir depois ler mais um pouco (clicar aqui.)

Os primórdios

O primeiro curso, visando os cuidados dos pés, foi realizado de modo extensivo de 15 de maio a 18 de setembro de 2005. Foi um pioneirismo na época, e foi uma iniciativa feita em parceria com a colega Suely Thuler. Temos essa história conjunta.

Na primeira turma, realizamos um curso de 90 h/aula, em São Paulo e Americana, com ênfase em tratamento de pessoas com diabetes, demos o nome de “Pé diabético”: prevenção e tratamento de complicações. Um nome que certamente não usaria mais. Mas à época, foi o melhor que demos. Não queríamos chamar de podologia, e o termo podiatria ainda não estava sendo usado no contexto da enfermagem em nosso meio.

Nessa versão, demos muitos assuntos, mas o foco era a podoprofilaxia aplicada às pessoas com diabetes. Nesse curso, eu fui aluna e professora. Aluna na parte específica dos pés e professora da parte de feridas e outros assuntos. A Suely, que já tinha habilidades em podoprofilaxia, fez a parte teórica e prática dessa área. A soma de nossas expertises deu um bom fruto. E a turma era brilhante, a quase totalidade era de estomaterapeutas. Assim, nesse mesmo curso eu obtive a minha capacitação em podiatria.

Foi uma ótima experiência, treinamos dezessete enfermeiros. Alguns ainda permanecem, como é caso da Enfermeira Merian Santos, minha irmã, que na época trabalhava comigo na minha clínica.

No ano seguinte, realizamos mais uma turma, e vimos que era possível diminuir a carga horária, pois eles já tinham muito do conhecimento adquirido da pós-graduação em estomaterapia. A partir dessas duas experiências, cada uma de nós partiu para carreira solo. A Suely, em Americana e eu, aqui em São Paulo.

A minha continuidade

Seguindo no meu propósito, criei um novo programa de treinamento, com ênfase na prática clínica, para complementar a formação dos enfermeiros estomaterapeutas. Gradualmente, enfermeiros especialistas em dermatologia e uns raros generalista passaram a ter interesse também em fazer a formação.

Tudo acontecia dentro de minha própria clínica para no máximo 3 pessoas. Fiz esse projeto com a participação da Enfermeira Merian na parte prática. Quando conseguimos uma possibilidade de fazer estágio fora, passamos ampliar o número de vagas.

Marco de crescimento

Ao longo do tempo, fui fazendo sempre mudanças até chegar a um modelo ajustado ao empreendedorismo na área.

Partindo de 2005 até aqui (maio de 2022), já foram 53 turmas treinadas, e a de turma 54 será em julho. Tenho a grata satisfação de ter saído de meu centro de estudos 225 enfermeira(o)s capacitados para exercer a podiatria clínica com muita propriedade.

De maio de 2016 para cá, passei a realizar essa atividade sozinha e já treinei 148 enfermeiros. Nitidamente, os enfermeiros passaram a ter interesse pela área para somar as atividades que já realizavam ou iniciar um projeto específico na área – especialmente para os que não eram ainda especialistas.

 

Com a minha formação em psicologia e coaching, criei um programa diferenciado com inclusão da autoavaliação usando ferramentas de coaching. Isso ajuda enfermeiro a conhecer melhor suas habilidades para empreender. Empreender é uma das tônicas do meu curso.

 

Desde 2016, o curso são de cinco (5) dias para o encontro presencial. Isso se fez necessário para incluir a mentoria para empreender e o treinamento clínico com voluntários em três dias.

A parte teórica, realizada por vídeos, é gratuita. O curso atual conta com 220h/aula, sendo dessas 160 teóricas. E o aluno que faz toda a parte teórica, damos um certificado de aperfeiçoado, em função da carga horária. Alguns chamariam isso de habilitação, mas ainda seguimos as recomendações da SOBENDE quanto as cargas horárias para cursos livres.

No nome do curso, incluímos o laser/led (fotomobiomodulação, terapia fotodinâmica e ILIB) ao que fizer a atividade completa – com prova comprobatória.

Para a carga horária ser a de aperfeiçoamento, também, é preciso que sejam enviadas as sínteses de todas as aulas em vídeos. Isso é uma forma de comprovar que assistiram. Aos que não fazem essa atividade (raros), recebem o certificado do curso pago, ou seja, a capacitação presencial.

O curso é mais que um curso

O enfermeiro que ingressa no meu curso, se tiver empenho em estudar todo o material dado, recebe uma excelente formação técnica-científica, de desenvolvimento profissional, empreendedorismo. Além disso, ao me conhecer pessoalmente e ter uma vivência intensiva comigo, que já carrego uma longa jornada em atividade empreendedora, clínica e de ensino, ele irá aprender ouvindo muitas histórias de sucessos ou fracassos.

Os enfermeiros levam consigo mais que uma formação, não há como não ter uma mexida na mentalidade que os ajudam em sua transformação, com raríssimas exceções. A maioria que vem já sabe o que quer. Eles vêm porque querem fazer um serviço para si mesmos ou para as instituições onde atuam. Rasas são as exceções daqueles que não conseguem caminhar no empreendedorismo por questões que passam pelo pessoal ou por mudanças de objetivos.

Esse é um curso ideal para os Enfermeiros que estão bem determinados em seguir carreira na área podiátrica. Claro que que tudo é aprendizado, porém o propósito do curso é que os enfermeiros possam caminhar para uma vida autônoma, total ou parcialmente.

Ao longo desses anos, tenho visto muitos deles fazendo lindo trabalho e os acompanho no Instagram. Alguns vivem com exclusividade de seu trabalho clínico na área. Outros fazem da podiatria mais um serviço. E quero deixar o depoimento de alguns deles aqui.

Minha missão: ajudar pessoas com diabetes a não sofrerem amputação de seus pés. Por isso, eu me empenho a ampliar esse propósito pela educação profissional.
Quer se juntar a mim nessa missão? Então, faça também da PoditriCare seu propósito

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Depoimentos

Enfa Angélica Faria – Criou a Curapés, em Santos (SP)
Fez seu curso em 2016, atende em consultório

“A Podiatria Clínica entrou na minha vida quando eu quis voltar para a assistência de Enfermagem, pois passei um longo período me dedicando à área acadêmica e aos meus dois filhos que eram pequenos. Realizei, em 2016, a minha capacitação em Podiatria Clínica com a Dra. Beatriz Yamada e logo abri o meu consultório de Enfermagem Podiátrica. A minha trajetória foi construída na minha busca em aprofundar os meus conhecimentos nessa área para me tornar uma referência, e a Dra. Beatriz teve muita importância para eu conseguir alcançar o que almejava. A capacitação em Podiatria Clínica me possibilitou exercer a enfermagem com excelência e autonomia”. ‘O que mais marcou-me foi que, na época seu consultório estava em reforma, e isso poderia ser um impedimento para você ministrar o curso. Mas você se reorganizou, foi em frente e ministrou o curso. E aquela velha máxima valeu: “quem quer faz, quem não quer arruma desculpas. Então, essa é a diferença, essa linha é que define os vencedores dos que vão ficar para trás”

Gratidão Dra. Beatriz Yamada!
Diretora Clínica da Curapés – Enfermagem Podiátrica.

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Enfa Rayane Monteiro – Bonito (PE)
Fez seu curso em 2021, está desenvolvendo atividade em domicílio.

“Quando aconteceu a oportunidade de realizar o curso de aperfeiçoamento em Podiatria Clínica, não imaginava o leque de aprendizado que essa viagem me proporcionaria. Além de conhecer grandes histórias, o ensinamento foi singular para cada aluno. Sabe aquela aula de pegar na mão? Não tem como dar errado. O mais impactante foi imaginar o Instituto uma sala de aula e me deparar com um lugar mágico e aconchegante. Após o curso, tive oportunidade de acrescentar valor ao trabalho que realizo na minha cidade Bonito em Pernambuco. Passei a observar melhor cada pé”.

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Enfa Suelen Santos – Bonito (PE)
Fez seu curso em 2021, está desenvolvendo atividade em domicílio.

“O curso de aperfeiçoamento em podiatria clínica já era algo que queria fazer a algum tempo. Então ,chegou a oportunidade. Nesse curso, aprendi muito mais coisas do que na minha pós. Isso acrescentou muito no serviço que realizamos aos pacientes. A importância de se ter um olhar diferenciado quanto as pessoas com Diabetes mellitus. E hoje meus paciente só têm a ganhar, pois eles têm uma enfermeira qualificado para resolver os problemas que ali apresentar. Só tenho a agradecer a você por tanto ensinamento”.

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“Sou Clovis Rodrigues, 39 anos, estou como enfermeiro atuando na área da Podiatria Clínica, moro no Rio de Janeiro – Duque de Caxias. No dia 30/09/2019 cheguei em Butantã – São Paulo sem saber o que era Podiatria Clínica e nem professora Beatriz Yamada, mas como uma esperança de buscar novo horizonte na enfermagem. No início do curso acreditava ser a melhor coisa que tinha feito, e admirado com tanta inteligência da professora Beatriz Yamada. Mas confesso que ainda no mesmo dia tudo que eu tinha sentido anteriormente em relação em a melhor coisa que tinha feito, estava indo por agua abaixo”.

“Por que? A professora Beatriz começou a falar dos matérias que eu teria que comprar, e só Deus sabia como foi para eu está lá naquele momento. Só para ter uma noção: eu peguei cartão emprestado para comparar passagem de ônibus; minha hospedagem foi em host compartilhado e pouco recurso financeiro para passar os dias do curso. Rsrs”

“Deus sabe de todas coisas. A professora Beatriz Yamada em um momento do curso disponibilizou todos os matérias necessários, aonde falou que podíamos pegar o que nós quiséssemos e pagaríamos conforme nossas decisões. A partir deste momento voltei ter esperança, e só precisava aprender as técnicas e absorver todos conhecimento que foi compartilhado. Foram dias intensos de treinamento, muitos aprendizados, tudo valeu apena. Quando cheguei no de Rio de Janeiro já tinha o que era necessário para começar a construir meu futuro”.

“Sempre digo, tem um profissional antes de Beatriz Yamada e outro profissional após Beatriz Yamada. Preciso falar se valeu apena? “

Exercícios para flexibilidade e saúde dos pés

Você tem joanete, dedos em martelo, dor plantar e câimbra nos dedos ou pés? Uma boa dica são esses exercícios para aumentar a flexibilidade dos pés.

Todos esses exercícios foram originalmente propostos pela American Orthopaedic Foot and Ankle Society1. Como alguns deles já não constam mais no site, usamos outra referência2.

Realizamos tradução de modo livre e adaptamos a redação para melhor compreensão das orientações em nosso contexto.

Nosso interesse é estritamente educacional, a fim de promover a saúde dos pés, especialmente das pessoas com diabetes pois, ‘a cada 20 segundos, uma pessoa com diabetes perde o pé em algum lugar do mundo”3, e tudo pode começar com um pequeno trauma. Por isso, não recomendamos que o último exercício proposto (andar na areia) seja realizado por pessoas com perda de sensibilidade dos pés.

É importante ser cuidadoso com os exercícios usando os elásticos. A sensação deve ser apenas de puxar e não deve causar nenhuma dor2.

Se encontrar alguma limitação para realizar os exercícios, não desista. Sugerimos persistir, indo devagar e sempre, pois temos certeza que fazer alguma coisa será melhor que não fazer nada.

Realizar cada exercício de três a quatro vezes ao dia, começando pela manhã, ao sair da cama2.

Aproveitamos para deixar nossas dicas de cuidados com pele e unhas:

  • Caprichar na higiene e na hidratação da pele, para evitar ressecamentos e lesões.
  • Para respeitar fisiologia da barreira da pele, usar sabonete líquido com pH levemente acidificado, por ser muito importante para proteção contra microrganismo.
  • Manter a pele entre os dedos sempre seca.
  • Cortar adequadamente a unhas. Se necessário, buscar um profissional capacitado, como os enfermeiros atuantes na área de podiatria.

Desejamos muita saúde e que seus pés lhes conduzam aos seus sonhos.

Dra Beatriz F Alves Yamada – PhD, MS, ET – COREn-SP 49.517


Exercícios com Instruções e Recomendações

A. Dedos elevados, na ponta e curvados

São três exercícios em posições diferentes, feitos sentado ou em pé.
No primeiro, deve posicionar o pé no chão e elevar o calcanhar para apoiar somente a ponta dos pés. No segundo, precisa erguer o pé e apoiar somente a ponta dos dedos. Para o terceiro, é necessário apoiar todos os dedos, pelo peito (dorso) do pé, e curvá-los, fazendo um arco.
Segurar cada posição por 5 segundos.
Repetir cada posição 10 vezes.

Recomendado

Para pessoas com dedos em martelo ou que sintam câimbras nos dedos.

B. Apertando os dedos

Colocar um material macio, em formato cilíndrico, entre os dedos dos pés (Ex. cortiça, esponja, algodão ou tecido). Apertar os dedos para tentar fechá-los.
Segurar por 5 segundos.
Repetir 10 vezes.

Recomendado

Para pessoas com dedos em martelo ou que sintam câimbras nos dedos

C. Puxando os dedões

Encaixar um elástico grosso no dedão (hálux) de cada pé. Puxar o elástico em direção ao dedinho (5ª dedo) de cada pé. Segurar essa posição com o elástico esticado por 5 segundos.
Repetir 10 vezes.

Recomendado

Especialmente para pessoas com joanetes ou que sintam câimbras nos dedos.

D. Puxando os dedos

Encaixar um elástico grosso em volta de todos os dedos de cada pé. Afastar os dedos e segurar essa posição esticando o elástico por 5 segundos.
Repetir 10 vezes.

Recomendado

Especialmente para pessoas com joanete, dedos em martelo ou que sintam câimbra nos dedos.

E. Rolando com a bola

Colocar uma bola de golfe ou tênis em baixo dos pés (poderá substituir por um rolo de massa de cozinha). Rolar a bola ou o rolo com o arco do pé para frente e para trás, por 2 minutos.
Esse exercício será uma ótima massagem para a sola dos pés.
Procurar fazê-lo sentado. Com a evolução, se sentir-se seguro, fazer em pé.

Recomendado

Especialmente para pessoas fascite plantar (dor no calcanhar), tensão no arco plantar e câimbra nos pés.

F. Enrolando a toalha

Sentar com os dois pés apoiados no chão. Colocar uma toalha pequena no chão, à sua frente. Pegar o centro da toalha com os dedos dos pés e enrolá-la em sua direção, fazendo um arco no pé.
Relaxar e repetir o exercício 5 vezes.
Fazer um pé por vez.
Poderá aumentar a resistência colocando um peso na ponta da toalha.

Recomendado

Especialmente para pessoas com dedo em martelo, câimbra nos dedos e dor na parte superior da da sola pé (o coxim abaixo dos dedos).

G. Pegando bolinha de gude

Sentar com os dois pés apoiados no chão. Colocar 20 bolinhas de gude no chão, à sua frente. Usando os dedos dos pés, pegar uma bolinha de cada vez e colocar numa vasilha.
Repetir o exercício até pegar todas as bolinhas.

Recomendado

Especialmente para pessoas com dedo em martelo, câimbra nos dedos e dor na parte superior da da sola pé (o coxim abaixo dos dedos).

H. Andando na areia

Sempre que tiver oportunidade, tirar os sapatos dos pés e andar na areia da praia. Ela irá massagear os pés e fortalecer os dedos.

Recomendado

Exercício bom para o condicionamento geral do pé. Cuidado com vidros ou objetos cortantes.

Adicionado

Não recomendamos pessoas com perda de sensibilidade andar de pés descalços em nenhum lugar.

Fontes:

  1. https://footcaremd.org/resources/how-to-help/how-to-keep-feet-flexible/ (acesso em 04/12/2020)
  2. https://www.passionpodiatry.com/single-post/Lower-Limb-Exercises (acesso em 04/12/2020)
  3. https://iwgdfguidelines.org/ (acesso em 04/12/2020)

Revisão da ortográfica: Débora Pacheco

Um dia memorável – Simpósio três em um

O dia 29/11/202 foi aquele dia memorável. Tivemos eleições em São Paulo para prefeito, e muito cedo fui votar para cumprir meu dever de cidadã.

Todavia, o mais memorável, aqui para nós, é que estivemos das 8h30 as 21:30 realizando on-line o IV SimPele (Simpósio de Pele, iniciado em 2015), o III PodiatriCare (Simpósio de Podiatria, iniciado em 2017) e o SIMLaser (que é um lançamento de 2020).

Tudo virtual porque ainda estamos sofrendo com a COVID-19 e não desejávamos criar aglomerações. Assim, graças à tecnologia, pudemos manter nossa tradição.

Embora essa pandemia tenha trazido enormes repercussões para o mundo, abriu ótimas oportunidades para a educação virtual, que cresceu exponencialmente desde que o isolamento foi decretado. E graças às tecnologias, o mundo não parou de tudo, a educação não parou e o ensino extra-academia pode se tornar inclusive mais inclusivo e de menor custo. Há quatro anos temos sido pioneiros na enfermagem em realizar cursos , incluindo de pós-graduação, via plataforma digital ao vivo, quebrando barreiras ao aprendizado e dando oportunidade a tantos enfermeiros que desejavam se atualizar. Assim, estamos prontos para seguir novas propostas.

Para esse evento, contamos com a organização da empresa Envente, sob comando da Diéli Fontoura, com parceria com a Bruna Guerreiro, que soube aproveitar a oportunidade da pandemia e se especializar em eventos on-line. Juntamos nossas experiências e a força de mulheres empreendedoras e arrasamos nesse simpósio.

Abaixo nossa galeria dos palestrantes, da esquerda para direita: Angélica Flávia de Farias Campos (SP); Beatriz Farias Alves Yamada (SP); Eloah de Paula P Gurgel (CE); Evandro Pereira dos Reis (SP); João Paulo Tardivo (SP); Karina Maria Sabino Barros (AM); Mara Lucia Gonçalves Diogo (SP); Marcelo Monteiro Mendes (PA); Maria Adriana Barbosa de Souza (PB); Maria Oliveira (RJ); Melissa Cuatero Gimenes Piovesan (SP); Osmar Mendes de Almeida (SP); Rosemary Vieira Souza Spenazato (MG) e Sindy Lamônie do Espírito Santo Barbosa (SE).

Realizamos uma programação excelente, com grande enfoque sobre empreendedorismos na enfermagem, trazendo empreendedores de sucesso e de mentes brilhantes para compartilhar suas experiências com nosso público. Atrelado a isso, vários conteúdos clínicos relevantes para a prática clínica e para o viver.

Agradecemos de coração:

  • A todos os palestrantes que estiveram conosco, nossos grandes parceiros.
  • Aos nossos patrocinadores, Convatec e Coloplast.
  • À organização da empresa Envente.
  • Aos participantes, tudo feito para eles.
  • A Deus, sobre todas as coisas, que nos deu mais essa oportunidade de desenvolver esse projeto.

O dia foi realmente como pensei: memorável! Cheio de aprendizados.
E eu tenho a certeza que cada um levou um pouco de conteúdo para sua vida profissional e pessoal.

Foi tão bom que iremos realizar a 2a edição, toda gravada para atender àqueles que não puderam estar presentes ao vivo, para reprise dos que lá estiveram e para aqueles que não se inscreveram por razão maior possam, agora, participar com o mesmo valor do primeiro lote. Isso não é bom demais? Sim. E somente pode acontecer porque é virtual. Aguarde para isso fevereiro.

A outra novidade é que o próximo evento será agosto de 2021. Ainda on-line para não correr perigo. Mas uma hora tudo isso passa, e viveremos num mundo eventos híbridos, porque ‘nada mais do que se foi será’.

Muita gratidão.

Dra Beatriz Farias Alves Yamada
Presidente do Simpósio

A perda financeira ao usar 4 luvas

Os procedimentos em podoprofilaxia são considerados “sujos”. Alguns casos são infectados, quando existem fungos ou outros microrganismos na pele ou unhas.

Os procedimentos precisam ser práticos, ecológicos e econômicos, sem perder a qualidade do cuidado e a biossegurança.

Prático e ecológico

Usar o máximo material descartável biodegradável. Nem sempre é possível, pois usam-se luvas, protetores, embalagens de grau cirúrgico, PVC para envolver os pés para a hidratação, entre outros. Minimamente num procedimento é preciso:

  • 1 par de luvas;
  • 1 embalagem de grau cirúrgico;
  • 1 protetor plástico de bandeja;
  • pedaços de PVC para envolver os na
  • hidratação dos pés (o cliente agradece a maciez depois).

Economia

Usar o essencial somente, mínimo de algodão, aproveitar a parte plástica da embalagem do papel grau cirúrgico para colocar o fotossensibilizador (já previamente ao procedimento) e o instrumental (bisturi nuclear) para aplicá-lo sobre as unhas ou nos espaços interdigitais.

Eu asseguro que um par de luvas já é suficiente, se a pele está saudável. Sem tão pouco negligenciar a biossegurança. Atentar para o psicológico do paciente também.

  • Papel lençol resolve a proteção e dispensa-se o lençol tipo absorvente.
  • Aplicar os sprays com moderação para não molhar seu papel de proteção.
  • Usar papel toalha para aparar os respingos.
  • Ser delicada(o) nessa tarefa.

Vamos à TFDa

Realizado todos os procedimentos prévios à TFDa, antes de remover a luva aproveite para:

  • aplicar o fotossenbilizador nas unhas;
  • remover a broca;
  • limpar os instrumentais para levar ao expurgo;
  • reunir e descartar o material sujo;
  • remover a sujeira que possa ter caído no chão etc.

Agora, descartar essa luva e lavar mãos para pegar em no LASER (um bem precioso).

Ao aplicar o laser para a TFDa, segurar os dedos com papel. Ao final de tudo, lavar novamente suas mãos e não esquecer de hidratar. É bom pegar em mãos macias.

Uma lição de finanças

“Cuide bem dos centavos que os reais cuidarão de si mesmos”.

Faz todo sentido: de centavo em centavo o bolso enche ou esvazia.

O que deixa de ganhar no final de um ano ao usar mais um par de luva somente para aplicar o laser?

Vamos aos cálculos simples e mínimo para 10 atendimentos por mês.

Total atendimentos por ano: 120

  • Valor de 1 par de luva de procedimentos: R$ 0,60 (tendo como base uma caixa com 100 unidades a R$ 30,00).
  • Número atendimentos por ano: 120
  • Número de luvas por procedimento: 4 (esse é o 4L)
  • Total: R$ 144,00

Agora, já imaginou se atender:

  • 10 pessoas por dia?
  • 50 pessoas por semana; 200 pessoas por mês;
  • 2400 pessoas por ano.

Mas como irá tirar férias, vamos considerar somente 11 meses: 2200 atendimentos.

Assim:

  • se 1 par de luvas custar 0,60 => se usar dois pares (4L) por procedimento (R$ 1,20)=> gastará R$ 2640,00 ao ano.
  • se usar apenas um par, economizará a metade desse valor.

Pode parecer pouco gastar R$ 1,20 de luvas para um procedimento. Mas é preciso olhar para frente, a soma do total de atendimentos por um ano. E com isso, o número cresce e é possível ter melhor noção do que se gasta.

No exemplo dado, o que se faz com R$ 1320,00 por ano? Ahh, pode-se fazer várias coisas:

  1. Fazer aplicação e aumentar sua reserva financeira.
  2. Pagar um curso para atualização.
  3. Uma viagem.
  4. Um produto novo.
  5. Uns brindes de final de ano.
  6. Uma doação a uma ONG.
  7. E o que mais você quiser.

Agora, que tal pensar em tantas outras coisas que está usando sem aquela absoluta necessidade. Basta fazer umas continhas básicas e logo verá o que está deixando de ganhar.

Depois dessa exposição, que tal ler novamente a frase dos centavos. É assim que banco vai ficando rico; que as empresas que não devolvem o troquinho, naqueles produtos que terminam com 99 centavos, vão fazendo seu cofrinho ficar cheio (nesse caso, melhor passar o débito).

Então, #boraeconomizar. A natureza e seu bolso agradecem.

Profa Dra Beatriz Farias Alves Yamada
Doutora em Enfermagem
Estomaterapeuta
Proprietária do Instituto Beatriz Yamada

PodiatriCare nas mãos – um caso de unhas verdes

Os cuidados podais, como próprio nome diz, têm seu foco nos pés. Contudo, as mãos demandam os mesmos cuidados pois têm pele e anexos. Contaminação por fungos, bactérias e vírus acometem as unhas das mãos, assim como lá no seu extremo, os pés.

Quero compartilhar essa situação porque é importante à saúde. As mãos vão à todos os lugares do corpo, incluindo à boca para se alimentar. Precisa estar limpa e saudável.

Esse relato não se trata de uma apresentação científica, mas um registro do que foi visto e feito em uma pessoa num atendimento social durante o treinamento de enfermeiros no curso de aperfeiçoamento em podiatria.

A senhora idosa nos permitiu fazer a fotografia. A chamaremos de T.

Ela não sabia sua idade, pediu que tentasse adivinhar, dizia ter uns 70, ela havia perdido seus documentos. Isso não importa aqui a idade em si, era já um tanto idosa. Eu aposto mais que 70 anos.

Dona T. tem uma doença de pele (pênfigo bolhoso – sic) que judia seu corpo, as bolhas crescem e rompem, ela se coça e se fere, as moscas ficam cercando.

Veio para atendimento podiátrico de andador, com passos muito lentos trazida por seu responsável. Ela estava com muita vontade de fazer a “manicure”. Tudo bem, explica-se que se trata de enfermeiros fazendo podiatria clínica. Um aprendizado para ela.

Na avaliação (26.11.19)

Quando meus olhos viram suas unhas das mãos e algumas dos pés com essa coloração, me lembrei de outros casos de unha de cor verde que tratei. Não temos como diagnosticar, e nem nos cabe isso como enfermeiros, contudo o odor que exalava na manipulação é inconfundível. Ofendeu o nariz a ponto de passar pela luva às mãos da enfermeira Fernanda Lopes, a colega que estava colaborando comigo no treinamento e realizou o procedimento de uma das mãos no primeiro dia. Foi preciso dar um jeito nas mãos Fernanda depois (nada que melaleuca não resolva).

Esse caso foi o primeiro da enfermeira Izabel Kariny, que foi designada, pelo além, para atender (eles escolhem onde sentar). Foi muito trabalhoso, levou mais de duas horas para conseguir realizar todo procedimento, porque eram as mãos e os pés. Valeu a primeira experiência da Izabel em podiatricare já com caso mais raro. Depois desse, ela nunca mais “fará vistas grossas” às unhas de nenhum paciente. Seu trabalho ficou muito bom, tudo cortado e higienizado para fazer a terapia fotodinâmica (TFDa). TFDa é uma terapia antimicrobiana fundamental na prática da podiatria clínica.

Aspecto da unha da mão esquerda

Mão esquerda depois do desbridamento

Enfa Izabel atendendo seu primeiro caso, dona T.

Intervenção da PodiatriCare

Na hora de atuar com esses casos, saber que “bicho” tem nas unhas é o de menos, porque o cuidado é o mesmo e fazemos o que sabemos.

  1. Higiene com sabonete acidificado
  2. Emoliente
  3. Remoção da onicólise
  4. Desbridamento com brocas
  5. Mais limpeza – aqui vinagre vai bem (se tivesse).
  6. Terapia fotodinâmica antimicrobiana (TFDa) com laser.

O ambiente ficou com muito odor, mas logo se dissipou com spray de melaleuca.

Serviço feito! Sorriso nos lábios de quem recebeu esse cuidado.

28.11.19

Fui em busca dela em sua habitação, e eu mesma realizei o procedimento. Ela esperava com ansiedade.

Surpresa! Não havia mais nenhum odor. Fizemos uma nova TDFa.

Aspecto das unhas 48 horas depois – azul é do corante

Procedimentos dessa vez:

  1. Vinagre para retirar o excesso do azul prévio – eu já tinha ido comprar
  2. Limpeza novamente
  3. TFDa com laser
  4. Óleo essencial de meleuca 10%.
  5. Orientação para manter higiene com vinagre.

Quis remover o azul aplicado para a TFDa. Ela me pede para deixar assim. Entendi, faz de conta que é um esmalte. Dignidade é tudo.

Voltei para meu estado depois de uma semana de intenso trabalho treinando enfermeiros em PodiatriCare, mas dona T. ficou em minha cabeça. Fiz minha colega Fernanda. me fazer uma promessa que iria atender dona T semana vem.

Quero muito ver dona T 100% curada.

Em resumo

Higiene e TFDa fizeram uma gigante diferença na saúde das unhas das mãos de dona T. Ainda precisa de tratamento.

Nós nos alegramos em poder ajudar a ela e tantas dezenas de pessoas que foram voluntários para o curso em Fortaleza.

O que eles nos perguntam? Quando vocês irão voltar.

Quem sabe logo.

Tem sempre gente com vontade de ajudar. Promoveremos ação social contando com colegas do local. E assim, poderemos ajudar idosos a ter pés e mãos saudáveis.

Se suas unhas têm cor diferente, procure tratamento.

Procure um Enfermeiro com formação em PodiatriCare (Podiatria Clínica)

Dra Beatriz Yamada – Estomaterapeuta

Instituto Beatriz Yamada

Contato: WhatsAap: 11 99609 4381

Eureka!! Como retirar azul de metileno da unha

O azul de metileno ou de tuluidina são fotosensibilzadores que usamos para realizar a terapia fodinâmica para tratamento da onicomicose.

A combinação dessa substância com a luz do laser ou led produz a reação necessária para matar pouco a pouco os fungos das unhas e pele.

O inconveniente, até então, é que as unhas ficam manchadas com azul e esteticamente ruim para algumas pessoas, sejam jovens ou idosas.

Semana passada, atendi uma cliente nova que já tinha usado a terapia anteriormente em outro local. E ela me deu uma notícia que foi a novidade para mim: conseguia tirar tudo com limão. E isso já foi informação passada para ela. Veja o poder da história oral.

Me disse que usava o limão a noite para evitar queimar a pele com exposição solar, devido ao sumo que poderia tocar a pele. Achei MARAVIGOLD!!

Pensando no assunto, sabendo que limão é ácido, resolvi experimentar o que eu tinha no consultório: ácido acético branco de maçã. Eurekaaaa! A coisa funcinou!! Contei a novidade para algumas colegas e deu certo mesmo. Eba, reunindo evidências. Testei o limão depois, e não vi nenhuma diferença entre ambos na remoção do azul. Entre um e outro, optarei pelo o velho e bom ácido acético pois ficará mais prático para uso tanto no consultório quanto em domicílio.

O que aprendemos, devemos compartilhar. Assim, lá vai minha técnica.

Ao concluir a TFD:

  • pegar algodão ou gaze e embeber com ácido acético puro, o branco de maçã;
  • deixar essa gaze um pouquinho de tempo sobre unha, e depois esfregar até remover o máximo possível;
  • Colocar nos sulcos da unha algodão úmido com a substância e usar o bustiri nuclear para ajudar a esfregar (cuidado se estiver cortante, os meus os deixo cegos) ou um palito de dentes (com cuidado para não ferir)
  • repitir quantas vezes precisar (geralmente duas ou três);
  • aplicar água para remover o vinagre da pele;
  • secar tudo;
  • orientar para aplicar um fitoterápico na unha para potencializar o tratamento em casa.

Sobre os fitoterápicos: as opções vão da solução de vinagre, vinagre com alho à óleos essenciais, entre outras alternativas. Depende também das circunstâncias. Eu faço um mix de cuidados domésticos, que são parte de nosso protocolo institucional.

A respeito do óleo, atualmente, retornei ao óleo essencial de melaleuca porque encontrei um que de fato é essencial, com selo de garantia de pureza. A melaleuca é antifúngica, e tem mais um tanto de outros efeitos terapêuticos. Mas, é preciso ser de fato pura. Em nosso meio há muita mistura. Um dica é ver o preço do produto. Mais do que isso é ver o selo de autenticidade, ex. o CPTG (Certificado de Pureza Testada e Garantida) ou outro que comprove pureza (solicite onde irá comprar).

E para terminar o cuidado, deixar o pé hidratado no capricho. Um carinho em dose dupla. E nessa caso, um ótimo creme hidratante. Eu uso da minha própria marca, a by Corpus.

Essa limpeza com ácido acético fica muito boa, sai basicamente tudo. Em alguns é possível sair tudo. Mas se a unha estiver muito porosa o azul penetra mais e fica lá uma macha azuladinha. Aos que se importam com isso, orientar que repita em casa novamente que vai saindo.

Gostou da dica? Eu amei. Que tal compartilhar com os profissionais que realizam TFD?

Eu testei desse modo, faça novas descobertas e nos conte.

Vamos matar esse funguetes!

abs,

Dra Beatriz F Alves Yamada – PhD, ET
Proprietária do IBYamada

 

Obs. A fotos estão publicadas com autorização dos clientes para divulgação pelo IBYamada, Não deverão ser utilizadas sem prévio consentimento.

5 lições do dia a dia sobre a onicomicose

1. Fungo gosta de três coisas: calor, umidade e escuro – tudo que seu sapato fechado tem. Liberte seus pés! Use meia de algodão e sempre que der tire os pés do calçado.

2. Fungo passa de um para o outro: não use sapato de ninguém com micose e use chinelo para tomar banho em banheiros públicos.

3. Fungo não gosta de meio acidifico – preserve o pH natural da pele (que é ácido): lave seu pé com sabonete com pH acidificado; deixe seu pé de molho na água com vinagre por uns minutinhos; coloque algodão com vinagre 5% sobre as unhas por 10 minutos. Essas medidas servem para tratar a micose, e as duas primeiras uma beleza para prevenção de quem não tem. Hidratar os pés também.

4. Fungo descola as unhas (onicólise): se não cortar fica espaço vazio e acumula sujeira, massinha de esfarelamento da unha e fica com mal cheiro. O melhor a fazer é remover, mesmo que fique disforme.

5. O fungo é teimoso e resistente, mas tem cura: com investimento no cuidado, persistência e auxílio profissional.


O melhor tratamento é com o LASER para fazer a terapia fotodinâmica.

Esse tratamento não tem efeito adverso, mas precisa ser feito por profissional treinado.


Se você está com onicomicose, procure um profissional enfermeiro atuante em Podiatria Clínica.

Aproveite as dicas.

Dra Beatriz F Alves Yamada Estomaterapeuta – COREN 49.517

WhatsAap Bussiness: 11 99609 4381

Rede PodiatriaCare (Enfermeiros afiliados)