Experiências de viver com o “intestino do avesso”

O dia 16 de novembro é uma data nacional de comemoração da pessoa com estomia.

As estomias são aberturas de algum órgão do corpo realizadas cirurgicamente, sempre com a finalidade de preservar a função. Muda-se a anatomia, mas o funcionamento daquele órgão é preservado. Logo, salva-se a vida.

As estomias mais comuns são aquelas realizadas nos intestinos. Através de uma abertura na parede abdominal o intestino é exteriorizado, evertido e suturado (costurado) na parede, expondo, assim, a mucosa intestinal. Isso tudo é cicatrizado com alguns dias, protegendo-se a parte interna do corpo. As fezes passam diretamente por esse orifício para o meio externo e são coletadas num equipamento acoplado a pele, chamado popularmente de ‘bolsa’ de estomia.
Para essa eversão intestinal, estou aqui dando o significado de ‘intestino do avesso’, pois me lembrei da campanha da epidermólise bolhosa que faz a provocação com o ‘virar do avesso’.
Em português o termo correto é “estomia”. Contudo é comum o uso de ‘ostomia’, especialmente entre as próprias pessoas com a derivação.

Uma estomia trás sem dúvidas mudanças de todas as ordens na vida de uma pessoa. Cada tipo com suas peculiaridades, mas as intestinais podem trazer mais aversão em função do conteúdo fecal exalar odor. Lidar com fezes é sempre algo cheio de ecas desde as primeiras experiências de um ser humano. A mãe limpa o bebê, mas geralmente as reações não são de que delícia, que cheiro bom, que maravilha…
Não preciso explorar isso, certo? Todos bem sabemos das reações que temos dentro de um sanitário.

Nessa matéria eu não quero falar de coisas negativas. Porque todas as coisas na vida tem duas faces. Posso diante de um fenômeno explorar mais aspectos negativos que positivos. Contudo, uma visão mais negativas dos fatos causam mais efeitos emocionais deletérios.

Para celebrar esse dia, quero deixar as falas de pessoas que são estomizadas. E desde que já as agradeço por terem se interessado pelo meu pedido e enviarem seus textos e fotos.

Desejo vida longa e bem-estar a todas as pessoas com estomia no Brasil e ao redor do mundo. Decido também ao meu amigo Rufo ( in memoriam) e a minha querida Ana Cris (in vida).

Meu apreço.

Dra Beatriz Farias Alves Yamada
Estomaterapeuta – COREN 49515
Psicóloga Clínica – CRP 06/127735

Selma Torquete – Ileostomia definitiva desde 2005.

Aos 23 anos de idade, fui diagnosticada com Retocolite Ulcerativa. A partir daí comecei o tratamento com o Proctologista, devido as cólicas abdominais e sangramento nas fezes. O tratamento foi intenso, por 20 anos, porém, não escapei da cirurgia.

Foi desesperador quando me vi com uma bolsa de Ileostomia acoplada no meu abdômen. Tinha certeza que aquilo era o fim da linha para mim, minha vida virou dos avessos, já não existia alegria e nem razão para viver.

Aos 44 anos de idade, sem esperança de sobreviver por conta das ocorrências após 4 cirurgias, com perda de peso e muitas dores, entreguei minha vida nas mãos de Deus.

Foi a melhor coisa que fiz na minha vida, pois estava cercada de muito carinho dos familiares e amigos, conheci pessoas que foram e ainda são o meu apoio e meu chão.

Aos poucos fui aprendendo a lidar com a situação, graças às dicas e o apoio das voluntárias da AOMSP – Associação dos Ostomizados do Município de São Paulo, onde mais tarde me tornei uma voluntária por três anos e meio, foi de grande importância esse convívio com a Associação, pois foi com eles que aprendi dar a volta por cima e consegui encarar os obstáculos e recomeçar e principalmente aceitar.

Hoje, aceitando a situação e superando os obstáculos, posso me considerar uma vencedora, trabalho ainda aos 57 anos, uso condução ônibus, metrô, tento ser o mais alegre e companheira possível, gosto muito de curtir a família e os amigos, de viajar e principalmente de agradecer a Deus, que nunca me abandonou, por todo momento vivido e por aqueles que ainda hão de viver.

Moral da minha história: “ Viver um dia de cada vez e ser feliz sempre.”

Acredite sempre, mesmo que o sol não esteja brilhando, porque ‘a força de acreditar é capaz de destruir a escuridão’.


Maria Rita Silva – 48 anos nutricionista/SP, Ileostomia desde 2013

Hoje, eu sempre comemoro a vida pois, graças à ileostomia definitiva, que ganhei desde 2013, por conta de complicações da Doença Inflamatória Intestinal e, carinhosamente chamada de Mel, minha companheira do dia a dia, consegui melhorar minha qualidade de vida e viver melhor.

Hoje, eu comemoro, sim, a pessoa ostomizada que luta pela vida e não desiste de ser feliz em meio a tantas dificuldades, que qualquer um de nós pode passar independente de ser ou não ostomizado. Eu comemoro cada dia vencido com muito orgulho.

Comemoro muito a oportunidade em conhecer pessoas tão especiais que me mostraram que ser ostomizado não é o fim da vida e sim que podemos muito e que, apesar de qualquer dificuldade, vale a pena viver e lutar pelos nossos sonhos.

Após a cirurgia eu consegui terminar o curso universitário concluindo a graduação em Nutrição. Atualmente, sempre que tenho oportunidade, eu auxilio pacientes em sua nova vida como ostomizado. Fazer o bem ao próximo nos faz bem, e procuro fazer tudo que eu gosto: sair com amigas, dançar, ir à praia e, lógico, namorar!

Afinal, a vida, meu bem é para ser vivida pois pode, num sopro se acabar, então “Viva la Vida”.


Edna Pereira (Eda)

Me chamo Edna e tenho 49 anos. Há quase 28 anos, fui diagnosticada com Doença de Crohn e durante todo este período, passei por muitos altos e baixos, como a maioria dos colegas que também convivem com esta doença.

Passei por muitas internações e cirurgias, e entre elas, uma ileostomia e uma colostomia.

Talvez, eu pudesse ter considerado estes detalhes como uma desgraça, mas ao invés disso, resolvi dar GRAÇAS por tudo de bom que Deus permitiu acontecer na minha vida, apesar de tudo que passei.

A ostomia me permitiu mais qualidade de vida, principalmente, depois que conheci outros ostomizados que passaram pela mesma situação e me ajudaram à aceitar a nova condição. Depois da aceitação, me permiti aprender à viver o que for possível, da melhor maneira possível.

Obviamente, a ostomia não foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, mas sem dúvidas, muitas coisas maravilhosas me aconteceram, depois que me tornei uma mulher ostomizada.

Empreendendo com treinamento de Enfermeiros em PodiatriCare – relato de experiência

Introdução

Quanta coisa acontece em um dia? Ou em uma semana? Um ano? Uma, duas décadas? Muitos dos acontecimentos vividos vão ficando para trás e sem os devidos registros os fatos são deixadas no ‘vazio’. Quanta falta me faz um diário, e esse blog tem também essa finalidade: guardar histórias. Assim sendo, vou registrar aqui um pouco da minha trajetória com treinamento de enfermeiros ao longo desses 13 anos. Uma razão é porque no dia 31 de agosto teremos o PodiatriCare – II Simpósio de Podiatria Clínica, e como estou preparando minha palestra de empreendedorismo em ensino extracurricular, resolvi deixar algum registro aqui em meu blog profissional.

Contextualizando a minha formação como especialista e empresa

Como tudo tem um começo, preciso contextualizar alguns dados de minha formação e da empresa. Então, vamos lá ativar uns engramas cerebrais.

Fiz especialização em estomaterapia num curso intensivo de menos de três meses, na Escola de Enfermagem da USP, na XIX turma, iniciada em fevereiro de 1998. Ao concluir, já em maio, iniciei minhas atividades como estomaterapeuta (ET) em assistência domiciliária. E assim fiquei até julho de 2000, quando minha clínica (Enfmedic) foi inaugurada na Capote Valente, 432 cj 75, local que permaneci até 30/06/18 (guardando memórias). São duas décadas de formação especializada em estomaterapia e de empreendedorismo na área.

A Enfmedic guarda em sua história muito pioneirismo em inúmeros de seus empreendimentos, sendo esta a primeira clínica do país em estomaterapia. Isso é um dos pioneirismos: nascer num contexto onde a estomaterapia era extremamente desconhecida e mais raro ainda enfermeiros terem clínicas. Essa realidade é bem diferente na atualidade, pois já há vários enfermeiros empreendendo. Tenho consciência que servi de espelho para muitos de meus pares. E com esses 20 anos de experiência, hoje me é fácil falar sobre nos cursos que ofereço e mostrar ao enfermeiro que podemos voar e ter uma vida 100% autônoma e ser profissional liberal, empresário etc, sendo bem sucedido na carreira. Desde que tenha muito empenho. Gosto de uma frase, no que no site pensador refere ser de autor desconhecido. Ela faz todo sentido para minha vida.

“O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário”.

Voltando aos pés. Lidando com pessoas com úlceras por diabetes mellitus, via a situação das unhas e pés e não tinha preparo para esses cuidados, mas era preciso cuidar deles. Desse modo, inclui no escopo das atividades multidisciplinar da clínica a podologia, mas realizada por podólogos. Relembro que nessa época já havia enfermeiras com curso técnico em podologia atuando com pacientes diabéticos. Mas ainda nenhum curso para capacitar enfermeiros para esse exercício de cuidados podais. O inverso era real, preparação de podólogos para cuidar de diabéticos. De verdade isso me era um incômodo. O enfermeiro já tinha histórico longínquo de atuação na área e foi perdido por alguma circunstância do mercado.

Os primórdios dos cursos de podiatria

A colega Suely Thuler, residente em Americana (SP), ao realizar sua pós-graduação em Estomaterapia, em 2000, foi se engajando nessa área, buscando beber em outras fontes para ir adquirindo esse conhecimento. Suely, em 2001, começou a dar aula no curso de estomaterapia da Unitau, de onde foi egressa, sobre prevenção de lesões nos pés de pessoas diabéticas, o que se estendeu na EEUSP depois.

Como minha empresa já tinha Centro de Estudos e realizava vários cursos de atualização em estomaterapia, em 2005, nos unimos para empreender nesse segmento, realizando cursos específicos para enfermeiros e até para podólogos. Mas, depois decidi atuar apenas com enfermeiros, pois acredita que o caminho tinha que ser o inverso. Ensinar enfermeiros a fazer cuidados podais e esses assumirem o cuidado do paciente diabético, e não o contrário. Algo hoje que ainda me mantenho fiel a essa missão: trazer o enfermeiro para atuar em Podiatria Clínica especialmente com diabéticos, e ajudar a mudar a realidade que se tornou saúde publica, pessoas diabéticas perdendo os pés em alguma parte do mundo a cada 20 segundos.

Na primeira proposta, fizemos um curso de 96h/aula, com muita teoria, e demos o nome de: “Curso de Capacitação para enfermeiros – Prevenção de complicações nos pés de diabéticos“. Não chamamos de podologia e nem tão pouco podiatria. Nossa ênfase era ensinar de modo mais abrangente o cuidado ao paciente diabético, numa perspectiva de cuidados de enfermagem, mas inserido os cuidados podais. Abaixo um recorte do folder usado.

Isso foi algo inédito no país: ensinar enfermeiros a realizar tratamento/cuidados podais. Essa curso foi muito prazeroso, e entre as atividades realizadas construimos junto com os alunos um instrumento de avaliação dos pés de pessoas com diabetes. Desse curso, frutos renderam e algumas enfermeiras foram atuar na área diretamente.

Numa versão seguinte, diminuímos a carga horária pois verificamos que muitos dos conteúdos dados já eram conhecidos pelos enfermeiros. Assim sendo, passamos dar mais ênfase em aspectos práticos.

Nessa fase, dispensei o serviço realizando por podólogos, e Suely passou a atender alguns casos na Enfmedic por um curto período de tempo. Merian, uma das enfermeiras que atuava comigo foi capacitada no curso e passou a realizar esse trabalhado também.

No seguir da carruagem, Suely e eu fomos atuando de modo independente no treinamentos de enfermeiros, cada uma em sua própria sede. E em meu curso passei a focar inteiramente em prática clínica de 3 dias por um certo tempo.

Embora meu enfoque nesse texto seja sobre educação, não posso deixar de escrever que na área assistencial a podiatria passou a ser um serviço bem relevante na empresa, e hoje é o carro chefe.

Um enxerto na história – assegurando a área na estomaterapia

Ao vermos ser esse um caminho presente e futuro de grande importância para o Estomaterapeuta, em minha gestão como presidente da SOBEST realizamos as competências do ET, e, aproveitou-se para já inserir essa atividade como parte integrante da especialidade, em documento publicado na Revista Estima e no site da SOBEST. Nesse documento ficou definido que algumas dessas atividades devem ser realizadas mediante curso complementar de capacitação em podiatria.

Realizar cuidados podiátricos – cuidados com as unhas: limpeza de micose, corte adequado, correção de deformidades e remoção de espículas ; cuidados com os pés: remoção de calos e calosidades (SOBEST, 2008).

Pouco a pouco os coordenadores dos cursos de estomaterapia foram introduzindo algum conteúdo no assunto para despertar os alunos para essa área também. E fomos vendo cada vez mais enfermeiros se interessando e se capacitando para tal exercício com cursos de extensão. Nossa empresa serviu de campo de estágio na área para os alunos de estomaterapia da EEUSP.

A especialidade na UNIFESP

Em 2007 nasceu a especialização em Podiatria na UNIFESP e três cursos foram realizados. Foi sonhado pela profa Mônica Gamba, a real precursora da Podiatria, mas coordenado pela Profa Odete, com auxílio da enfa Vera Lígia. Nesses cursos várias ET se especializaram, sem contudo atuar plenamente na área. Com a especialização a Podiatria entrou no rol das especialidades da enfermagem, mas foi retirada por algum desconhecimento de causa, ficando somente nas competências do ET. O curso foi interrompido depois da 3a edição, mas há intenção de retornar.

Outros cursos de especialização foram realizados por iniciativa privada.

A Podiatria na SOBENDE

Em 2015 foi incluída como uma parte no departamento das sub áreas da SOBENDE. E nessa entidade participei, com outras colegas, de uma força tarefa para organizar os cursos de extensão quanto a carga horária e conteúdo. O material foi enviado ao COFEN, pois se pretendia requerer o retorno da especialidade, o que não aconteceu.

Recentemente, o COFEn realizou uma nova resolução 570/18 incluindo a podiatria na Enfermagem em Dermatologia. Essa área têm sido atualmente coordenada por mim dentro da SOBENDE.

Nossos Simpósios – realizando cultura

Em abril 2016, realizamos, juntamente com o SIMPELE (Simpósio de Pele), o I Simpósio de Podiatria Clínica, no teatro Gamaro, em parceria com a Expansão Eventos, com participação de enfermeiras atuantes na área (Maria Lucoveis, Merian Santos, Rosangela Oliveira, Vera Lígia). Esse ano acontecerá a segunda edição, com exclusividade em Podiatria, ganhando essa identidade visual abaixo, também de autoria de Rachem Yamada.

Em maio de 2017, cunhamos em nossa empresa o termo PodiatriCare, para denominar nosso serviço dentro do IBYamada (nome fantasia adotado a partir de 2016). Depois, com a ideia de franquia, adotamos esse nome para o projeto PodiatriCare – uma missão de cuidado, que está sendo estruturado para uso de licença de marca. A logomarca (nov 17) foi criada pela minha filha, uma artista inata. E um site exclusivo foi desenvolvido pelo Maurício, cujo lançamento foi feito em dezembro de 2017.

Nesse momento, a PodiatriCare é uma rede de afiliados que se interessaram em promover o nome podiatria clínica, juntamente com o IBYamada. Todos os participantes são egressos de nossos cursos de podiatria clínica.

Logarmaca criada por Rachel Yamada

Ressalto que devido ao interesse na podiatria e sua inserção oficial dentro da Enfermagem em Dermatologia, coordeno uma pós-graduação no Centro Universitário Adventista nesse área, onde a Podiatria foi inserida como parte das disciplinas. O curso está em fase de inscrição.

Os nossos treinamentos no presente momento

A contar de 2005 até agosto de 2018, 37 turmas foram realizadas e inúmeros enfermeiros treinados. Vários desses realmente atuando, precisaria fazer uma pesquisa com os egressos.
Tenho como premissa a realização de turmas pequenas, com no máximo sete pessoas, devido a prática clínica que quero acompanhar com toda atenção.

O curso foi passando mudanças gradual ao longo do tempo, pois era focado na prática. Foram sendo incluídas novas temáticas como laser e empreendedorismo, sendo necessária a ampliação da carga horária. E sei que sofrerá sempre mudanças, pois é um aprendizado contínuo.

A partir de janeiro de 2018 passou a ser de Aperfeiçoamento, com uma parte teórica realizada em EAD. Na parte presencial, realizo dinâmicas de autoconhecimento (juntando meus conhecimentos de psicologia), além de mentoria em empreendedorismos e o treinamento em voluntários generosos. Tudo isso, em curto tempo, possibilita ao enfermeiro ampliar suas competências e atividades que já realiza, mas também iniciar um trabalho exclusivo. A grande maioria dos treinados é ET ou Enfermeiro em Dermatologia.

Considerando os treinados nos primórdios, já são 150 enfermeiros. De janeiro de 2015 até agosto de 2018, 102 enfermeiros foram treinados. E a partir de maio de 2016 (n=76), exclusivamente por mim.

Dado ao interesse, em parceria com colegas, realizamos uma nova base de treinamento no nordeste, na cidade de Fortaleza (CE), e já treinamos 14 enfermeiros em maio e julho, e com uma nova turma aberta para novembro. O Ceará já possui 15 enfermeiros treinados no nosso programa, todas elas especialistas em estomaterapia ou dermatologia. Na figura abaixo pode ser visualizada a distribuição por estado, no período de janeiro de 2015 a agosto de 2018.

Embora tenham sido treinados todos esses, nem todos conseguiram atuar em Podiatria de modo exclusivo ou complementar. Seja porque não possuem muito perfil para o empreendedorismo, seja porque não se encontram nessa atividade. Alguns se sentem “diminuídos” realizando cuidados podais. Talvez não tenham entendido o valor da missão de PodiatriCare: ajudar pacientes diabéticos a preservarem seus pés do risco da amputação, pois as estatísticas mostram que a “a cada 20 segundos um diabético perde o pé”. Atrelado a isso, PodiatriCare é uma das grandes possibilidades para o enfermeiro empreender com muito sucesso.

Graças a podiatria meu consultório se mantém com atividade 100% privada, não somente para atendimento clínico mas em educação continuada.

Incentivo fortemente enfermeiros a atuarem nessa área.

Dra Beatriz Yamada – ET

Aniversário de Norma T Gill – Primeira ET Mundial

Fonte Fote: da SOBEST

Quem foi Norma T Gill

Norma T Gill nasceu dia 26 de junho de 1920, nos Estados Unidos da América, sendo quase impossível esquecer a data do nascimento dela, pois coincide com uma data especial para mim, meu casamento. Assim, sem qualquer planejamento, nossas vidas se cruzaram e eu me identifiquei profundamente com a causa que ela militava e, por isso, me elegi sua discípula. Mas, para que ela fosse lembrada sempre, em minha gestão como presidente da SOBEST, criamos a Semana Nacional de Estomaterapia nos dias 25 a 31 de outubro. Pela impossibilidade de ajustar pelo nascimento, a semana inicia pela data do falecimento, 31 aniversário da ET brasileira fundadora da especilização, Profa Vera Gouveia.

Norma Gill foi a precursora da estomaterapia mundial. Uma vibrante mulher, com capacidade ímpar de impressionar, criar e dividir. Sua visão, muito além do seu tempo, possibilitou a criação da estomaterapia, uma especialidade fenomenal e encantadora, assim vista por aqueles que fazem parte dela, presente em todos os continentes, muito embora não esteja em todos os países.

Um pouco sobre a estomaterapia

O surgimento da especialidade naturalmente exigiu a criação de entidades que a representasse. Internacionalmente, há o World Council of Enterostomal Therapist – WCET, fundado em 1978, e, nacionalmente, a Associação Brasileira de Estomaterapia – SOBEST, fundada em 1992. Ambas militam com muito ardor e amor, vislumbrando o crescimento da especialidade de maneira sólida e ética.

No Brasil, a educação em estomaterapia tem crescido gradualmente desde sua implantação formal, em 1990, na Escola de Enfermagem da USP, envolvendo desde sua fundação as áreas de estomias, feridas, incontinências e outros temas. Nos dias atuais, existem vários cursos de especializações, localizados em estados das regiões sudeste, sul, nordeste e norte (vide escolas no site), e que, certamente, ainda são insuficientes para atender a demanda que o país possui. Contudo, similarmente a reparação tecidual, cuja proliferação celular é feita de forma temporal e organizada, a construção da especialidade deve ser pautada nos mesmos critérios. Devagar que tenho pressa.

Um pouca da minha contribuição na especialização em estomaterapia

Ao longo de minha vida profissional em estomaterapia (desde 1998), segui nos passos de Norma Gill, que almejava que todas as pessoas com estomias, feridas e incontinências pudessem ser assistidas por um profissional estomaterapeuta. Mas, para que isso seja alcançado precisaria investimento em educação lato senso. Assim, não medi esforço para fazer disso um ideal a ser vivido e espalhado pelo país. Esse dever me impulsionou a ir ao amazonas fundar, juntamente com a colega Selma Perdomo, o I curso de especalização em estomaterapia (2008) no norte do Brasil, no qual dezessete alunos foram formados.

Atualmente o curso é coordenado por um ex aluno (Nilson Bezerra), que agora é professor na mesma universidade (Universidade do Estado do Amazonas). Sementes plantadas, frutos colhidos.

Meu tributo final

Assim, depois desse reviver histórico, é com muita gratidão que deixo meu tributo, outra vez, a esse ser especial – que nunca tive o privilégio de conhecer pessoalmente – que por identificação pude incorporar seus sonhos como meus sonhos.

Mais uma vez deixo escrito: Rest in Peace, Norma. Seus discípulos estão semeando e colhendo muitos frutos. Cada vez mais há pessoas envolvidas com essa área, que podemos muito bem chamar de: um caso pessoal de paixão.

Se você gostou dessa história, não deixe de compartilhar. Ainda é uma área que precisa ser promovida pelo bem daqueles que necessitam de cuidados devido a estomias, feridas ou incontinências.

 

Dra Bratriz F Alves Yamada -PhD, MSN
Estomaterapeuta, Psicoterapeuta

 

obs. Essa é Reedição subtraida do ano passado.

A Revista Estima e Eu – Memórias


“Um parabéns atrasado”…

Essa foi uma mensagem que deixei dia 16/06/18, um dia depois de um aniversário, na minha página do facebook.
O atraso também se deu pela confusão de datas, um certo esquecimento. Justificamos com as tantas ocupações e informações que nos cercam, que muita coisa nos foge das mãos, especialmente quando aquilo está fora de nosso foco.

Estava envolvida com a celebração da Semana de Pelle Sana (10 a 16 de junho), e dia 16 lembrei-me, de súbito, do aniversário da Revista Estima. Por um momento achava que era dia 16. Mas já estava atrasada. Antes tarde que mais tarde, e não fui a única.

Embora essa mensagem esteja na minha fan page do Facebook, quero deixar a mesma aqui, para ficar nas memórias de meu próprio blog, porque essa é uma parte da história da minha vida como estomaterapeuta. Tenho uma tendência a esquecer os fatos. Esse blog foi minha estratégia para registro de minha história profissional, escrita por mim mesma. Quanto a estima, já meio atrasada. Mas, vamos lá. Isso me servirá de fotografia.

Com relação a SOBEST, me dediquei a essa associação de modo muito intenso por cerca de 11 anos. Desses, sete como presidente. Minhas duas gestões foram repletas de muitas conquistas para essa entidade, não apenas pelo meu empenho “quase obstinado”, mas porque foi uma fase onde pude encontrar muitos eus, ou seja, pessoas como eu, que tinham desejo e paixão em cooperar com o desenvolvimento da especialidade.

Ontem, fui dar uma entrevista para a jornalista da SOBEST, Fernanda, para falar sobre a Revista Estima. Fui me lembrando de muitas coisas que já estavam em uma memória do passado. Mas, memória é feita de engramas, basta um fio para ir retornando. Vamos esperar por Fernanda, pois não quero estragar a matéria dela. Deixa eu apenas repetir o que estava no facebook com mais alguns enfeites. E acrescentar essas duas fotos históricas que faziam parte de um painel em meu consultório.

Festa de Lançamento da Revista Estima da SOBEST, durante o I Simpósio Brasileiro de Estomaterapia
15/06/2003. Decoração de Luciene Marinho.

 

Mesa de abertura do Simpósio de Lançamento da Revista, quando também ocorreu a primeira certificação TiSOBEST. Da esquerda para a direita: Vera Gouveia, Euridea Castro, Angela Bocara, Beatriz Yamada, Isabel Umbelina e Noemi Rogenski. A mesa foi compostas pelas presidentes da SOBEST (Beatriz e Noemi) e as coordenadoras dos três únicos cursos de especialização da época, que tiveram principal incumbência entregar os certificados aos titulados.

Isso foi tudo realmente lindo!

Vamos aos finalmente.

 

Parabéns para você, nesta data querida….

 

Quero deixar parabéns para minha segunda filha legítima. Pensada e gestada em 2002, preparada para nascer com muita festa, num grande evento para recebe-la, no dia 15 de junho de 2003. Essa é uma filha que teve mais duas mães legítimas: Leila Blanes e Noemi Rogenski.

Seu nome e todas suas roupas foram dadas pelo Pai: Luiz Carlos Rufo (falecido em 23.03.2010), um artista plástico fenomenal. Que saudade de você. Não tinha o direito de morrer. Você foi meu forte braço direito no projeto de comunicação que encomendamos de suas mãos. Nos deu tudo: nova logomarca, site, novas cores, logomarcas para tantas outras coisas e um boneco da Estima.
A vida é cheia de encontros e surpresas. Quem diria que em seu leito de dor, eu seria a sua estomaterapeuta. Que honra foi a minha, poder usar meu saber aliviar com os cuidados o seu intenso sofrimento e agonia, mas sem perder a serenidade e o sorriso. Por sua causa causa até criamos as mosqueteiras, que depois viraram as mirras.

Estima, você também teve uma fada madrinha, meu braço esquerdo: Luciene Marinho – Lu, seu sorriso de alegria com essa sobrinha era contagiante. Sem você e sua parceria a minha vida como presidente teria sido muito mais complexa.

Não posso esquecer de suas jornalistas: Keila e Viviane, responsáveis pela primeira e e algumas outras edições.
Você também teve muitas tias e padrinhos. Muitos auxiliadores e apoiadores.

Deu muito trabalho, mas o amor por você era tão grande e o desejo de a ver crescer era maior ainda, que tudo bem gastar muitas pestanas para lhe criar.

Foram muitas horas de dedicação de suas mães. Valeu a pena. Você cresceu menina.

Passada a primeira infância, depois de um período de treinamento, a deixamos nas mãos de uma mãe substituta: Vera Gouveia. A partir daí, outras mães dedicadas criaram a menina: Angela Bocara, Gisele Azevedo, Ciliana Antero.

E agora, aos 15 anos de idade, encontrou um pai muito afetivo: Juliano Teixeira. Que bênção foi essa, bem na sua adolescência ter encontrado um pai adotivo que é legítimo. Eu lhe ofereço esse pai porque ele lhe viu nascer e foi contagiado por sua existência. Quem diria que um dia receberia esse título. Coisas de destino? Nem creio em destino, mas alguma costura da vida feita pelo Divino.

Parabéns ESTIMA.
Você cresceu, e está agora uma linda adolescente, com grande personalidade e um exemplo de caráter aos 15 anos de idade.
Espero ver sua maior idade, sem jamais esquecer seus primeiros passos. Sempre desejando que você voe cada vez mais alto.

Acordando da digressão, quero dar parabéns a toda família Sobestiana por esse patrimônio cultural de muito valor.

Minha estima e afeição. E agradecida por ter acreditado que um sonho é possível de se tornar realidade se houver empenho dos sonhadores.

Beatriz F Alves Yamada
Editora Fundadora da Revista Estima. Com: Leila Blanes e Noemi Rogenski.

Por que Podiatria Clínica?

Desde 2005, tenho me dedicado a treinar enfermeiros em Podiatria Clínica. Esse trabalho tornou-se mais que trabalho, é uma dupla missão pessoal e profissional:

  • promover a prevenção de lesões de pele, porque acredito que é totalmente possível e
  • ampliar os horizontes dos enfermeiros para o empreendedorismo nessa área.

Publicação internacional mostra a terrível estatística com relação aos diabéticos: a cada vinte segundos uma pessoa sofre amputação em algum lugar do mundo. Veja original: 👇

“Every 20 seconds a lower limb is lost to diabetes somewhere in the world”

Chega a ser quase inacreditável alguém perder seu pé porque a prevenção falhou! Claro que prevenção passa pela responsabilidade pessoal, mas também é uma questão de políticas públicas e dos profissionais. As vezes uma micose entre o dedos (tínea pedis), um calo ou uma fissura são portas de entrada para processos infecciosos, que podem culminar com a amputação. Isso pode ser diferente!!

Quantos pacientes passam em consultórios de um profissional de saúde e têm seus pés examinados? Analise você mesmo que está lendo esse texto, se for diabético ou tem familiar, se isso acontece. Ou seja, há negligência de inúmeras partes. É preciso envolvimento dos profissionais, do governo e pessoal. Cada pessoa tem que se empoderar, assumir o comando do seu próprio corpo, controlar sua doença e quem sabe até se curar, se um grande investimento em mudanças no estilo de vida fosse feito, a começar pelos hábitos alimentares. O bom e velho Hipócrates (falecido em 377 a.C.) já dizia:

“Que a comida seja teu alimento e o alimento tua medicina.”
“Tuas forças naturais, as que estão dentro de ti, serão as que curarão suas doenças.”
“A cura está ligada ao tempo e, às vezes, também, às circunstâncias.”

Enfim, apenas uma digressão, mas um pano de fundo para esclarecer porque tenho uma missão, chamada PodiatriCare. Engajar profissionais enfermeiros e também acadêmicos para voltar seu interesse nessa área, porque com PodiatriCare é possível:

  • Salvar pessoas e seus pés – os pés são os que nos conduzem pela vida;
  • Ampliar os horizontes profissionais para atuação como empreendedor nos cuidados podais => autonomia profissional.

Há muitos pés de diabéticos. Veja a triste estimativa para 2030:

“By 2030, the global estimate is expected to rise to over 552 million – 9.9 % of the adult population.”

Há muitos pés de diabéticos, mas não é apenas para o diabético que um enfermeiro pode oferecer seus cuidados. O seu público alvo é qualquer pessoa com necessidades de cuidados na pele e seu anexo unha, como exemplo:

  • Distrofias das unhas de qualquer ordem – temos como tratar com as técnicas padrão, seja nos pés ou nas mãos
  • Onicomicose – oferecemos tratamento de ponta com laser para realizar a terapia fotodinâmica (TFD). Essa intervenção não tem efeito sobre o fígado de ninguém, como pode ocorrer com as drogas padrão
  • Se já tiver lesões de pele – temos um arsenal de tecnologias para ajudar na cura do ferida. E investir para nunca mais ter
  • Temos um ouvido afinado para escutar – a cadeira é bom lugar para relaxar e poder falar de si mesmo
  • Temos uma mão muito habilidosa para manejar a pele e seu anexo unha – a mão do enfermeiro não é automática e mecânica, ela segue o raciocínio clínico acumulado em sua formação acadêmica, especializada e de educação continuada

Então, se você é uma pessoa que está precisando de cuidados nessa área, tenho uma prescrição: PodiatriCare vinculado a um profissional enfermeiro.

Se você é enfermeiro e está procurando um novo rumo para sua vida profissional, eu também tenho uma prescrição educativa: PodiatriCare. Sua autonomia e receita de sucesso. Faça curso conosco. Temos anos de experiência no ramo.

Para atendimento, conheça os afiliados na PodiatriCare. Um grupo de enfermeiros empreendedores engajado comigo para promover a Podiatria Clínica.

Nos ajude com essa missão. Compartilhe nosso texto.

Obrigada,

Dra Beatriz Farias Alves Yamada
Estomaterapeuta – COREn 49.517
Proprietária do IBYamada
WhatsAap: 11 99609 4381

A Podiatria nas mãos – correção de distrofias

Há muitas pessoas com alterações na configuração anatômica das unhas. Unhas em formato de telhas, funil, caracol, ganchos etc acabam por desenvolver à onicocriptose (unha encravada). É mais comum nas unhas dos pés, mas acontece nas das mãos também. Essas distrofias causam incômodo e comprometimento da saúde e beleza da lâmina ungueal.

Somente quando aparecem esses casos é que vemos que o nome Podiatria ou Podologia deixa de contemplar as mãos. E faz até as pessoas perguntarem se tratamos unhas das mãos. Sim, tratamos. Isso é algo a se pensar em os termos. Nesse ponto, a dermatologia é mais definida porque abrange a pele e seus anexos.

Quero compartilhar uma experiência que tive no ano passado. Meu desafio era ajudar uma mulher – de 67 anos – a corrigir sua unha do dedo médio da mão esquerda que estava com onicocriptose e afunilada. Vide fotos abaixo.

Não entrarei em maiores detalhes da história clínica da cliente. Mas ela tem artrose e esse dedo estava também afetado. Já havia buscado ajuda profissional, e sua ‘prescrição’ era para remover a unha (SIC), e obviamente ela não aceitou.

Além da dor da artrose e da onicocriptose, havia também a micose, e isso era um impedimento para colocar órteses. Foi preciso primeiro tratar a micose com terapia fotodinâmica e outras medidas de cuidados. E, enquanto isso, para abertura da unha usamos anteparos bem finos, feitos com algodão e aderidos com adesivo de cianocrilato, e, também, afastadores da prega ungueal com fita microporosa (essa era uma tarefa de casa para ela). Inicialmente as sessões foram semanais, mas depois quinzenais. Embora com quebra de regularidade por impossibilidades pessoais.

Esse foi um tratamento feito a quatro mãos, porque houve completa adesão a todos os cuidados em casa. E acredito que foi essa parceria que nos possibilitou ganhar essa causa juntas. Fotos abaixo.

Agradeço a cliente por autorizar publicar as fotos. Assim, ela e eu permitiremos que outras pessoas verifiquem que é possível corrigir unhas distróficas das mãos com os recursos que se usam nas dos pés. Foram 23 atendimentos durante nove meses para ficar plenamente normalizada. Foi preciso adotar a paciência de Jó, pois é com essa que se consegue obter resultados positivos e receber alta. Nesse caso, sem fungos, sem distrofias e sem precisar arrancar a unha.

 


Nada melhor que poder ajudar alguém na recuperação da saúde.


Nada mais terapêutico que podiatria.


Enfa Dra Beatriz F Alves Yamada
Estomaterapeuta
CORen 49.517

Contato: WhatsAapp: 11 99617 4049
Nossa Rede: PodiatriCare

Há pés! Uma orientação em forma de prosa

Escrevi esse texto recentemente para publicar na inauguração do site da PodiatriCare. Nada mais é que uma orientação de cuidados escrita de modo mais leve, humorada, mas também sem perder o teor técnico e científico.

O texto está emoldurado em meu consultório. Quando recebo um cliente de podiatria, enquanto o atendo, solicito que leia essa prosa que fiz, se possível em voz alta para eu também possa ouvir.

É interessante observar o sorriso deles e o quanto há identificação com alguma parte do texto. Não é para menos, a experiência do dia a dia atuando em Podiatria foi na verdade minha própria inspiração para alguns dados. Como aqui é nosso site principal, quero postá-lo novamente.


Há Pés!

Os pés têm a dura tarefa de sustentar o corpo humano.

Com seus múltiplos ossos, ligamentos e músculos, uma base de sustentação é formada capaz de manter o homem em pé, movimentá-lo para todas as direções, seja andando, correndo, trotando ou passeando.

Os pés permitem ao ser humano pular, dançar, saltar, nadar, brincar e sonhar. Tão importantes que são, já inventou-se música para os pés: “meu pé, meu querido pé, que me aguenta o dia inteiro…”. De fato, os pés são heróis!

Há pés finos, macios, grossos, rachados. Pés bem feitos, tortos, retos, chatos e cavos. Pés suados, secos, ressecados, com chulé (bromidrose).

Há pés sofridos pelos calçados ou por falta desses, sofridos pelo peso excessivo do corpo. Cada um tem seu pé.

Há também pessoas apaixonadas por pés (um fetiche), as neuróticas por cuidados, mas há aquelas que parecem não ter pés, porque esquecem de cuidar deles. Como alguém esquece de seu pé?

Há pés insensíveis. Esses pés merecem muita atenção e cuidado pelo alto risco de se lesionarem, se ferirem, infectarem e até amputarem. E sobre esses, deixo meu recado: cuidado em que mãos está entregando seus pés!! Esses pés precisam de mim, precisam de enfermeiros, precisam de podiatria.

Há pés e há unhas…

Cada pé tem cinco dedos que são recobertos por um anexo da pele, a unha. Há unhas lindas, curtas ou compridas, são translúcidas e belas. Mas as mulheres adoram pintar de vermelho, azuis, marrom, cores mil. Ficam lindas por fora, mas o uso crônico deixam as unhas manchadas, amarelas e com risco de contrair fungos. Viva o natural!

As unhas possuem um selo de proteção, as cutículas. Há muitas mulheres (e até homens) que as tiram. Para todos deixo um recado: prestem atenção! Saúde não tem preço. Eu optei pela saúde, deixo minhas cutículas no lugar.

Tirar as cutículas é se submeter a contrair doenças contagiosas sistêmicas e fungos nas unhas. E unhas com fungos causam destruição, deixam aparência espessa, amarela e, porque não dizer: ficam feias e causam baixa autoestima. Como usar rasteirinha com tais unhas à vista? Como ir à piscina? Beijar esses pés? Haja amor ou loucura.

Proseado à parte, seus pés merecem o mesmo cuidado de qualquer área delicada do corpo. Então, corte as unhas corretamente, deixe sua cutícula no lugar, modere nos esmaltes. Hidrate seus pés sempre após o banho, aproveite e faça uma massagem. Use sapatos confortáveis, limpe-os e deixe-os pegando um ventinho básico.

Beleza é bom, conforto é bom demais. E saúde? Nem se fala.

Se porventura tiver onicomicoses, unhas distróficas, calos e calosidade não hesite em buscar cuidados podiátricos.

Fungos: a terapia fotodinâmica com laser cura. Com persistência.

Distrofias: se corrige. Com paciência.

Calos e calosidades: se desbrida. Sempre.

Há pés! E precisam de cuidado e atenção.

 

Dra Beatriz Farias Alves Yamada
Enfermeira Estomaterapeuta e Psicóloga

Pele e pés no carnaval

O carnaval está chegando, e a pele e os pés podem ficar sofridos.

A pele muito exposta ao sol corre sérios riscos de sofrer queimaduras de primeiro ou mesmo de grau maior.

Os pés, além da dor do pula, pula e de pisarem um nos outros, bolhas e feridas e unhas traumatizadas são frequentes.

Então vamos a umas dicas?

  • Beber muita água para repor as perdas do intenso suor e hidratar bem as células. Comer frutas frescas é uma boa pedida.
  • Nada de esquecer de aplicar protetor solar.
  • Melhor usar aquele sapato que os pés já estão estão acostumados, mesmo que velhos. Mas vale o conforto que a beleza! Embora tenha adeptos do contrário.
  • Depois da festança, tomar aquele banho refrescante e deixar os pés de molho na água com um pouco de sal, se for grosso melhor ainda. Isso pode ajudar no relaxamento.
  • Passar hidratante, massagear e ‘bora’ por as pernas pra cima para melhorar a circulação.

Aos que curtem a festa, divirtam-se. Vale aquela dica: “se dirigir não beba”.

Enfa Dra Beatriz F A Yamada
Estomaterapeuta.
WhatsAap: 11 99617 4049

Micose nas unhas tem cura?!

Chega o verão e dá aquela vontade de ir à praia, molhar os pés, caminhar na areia e aproveitar a natureza.

Quem não quer ter pés bonitos, unhas bem feitas e saudáveis? Com certeza todos nós.

Mas quando as unhas estão acometidas com fungos, muitos têm vergonha de deixar seus pés expostos e ser alvo de olhares alheios. De outro lado, há aqueles que não se preocupam com isso, vão a todo lugar, usam piscina e outros ambientes públicos. Pensando em saúde pública, quem tem micoses nas unhas não deveriam frequentar piscinas públicas, pois gera contaminação.

Os fungos são aqueles inimigos invisíveis a olhos nu. Entram de mansinho, trabalham quietos, vão tomando espaço e deixando sua marca registrada, que é a destruição nas unhas, ao longo do tempo. O pé é uma bom lugar para os tais fungos viverem, porque reúne tudo de bom para o inimigo: calorzinho, escurinho e umidade.

Respondendo a pergunta do texto: sim, micose tem cura. Mas, é preciso paciência e cuidados de longo prazo e para sempre e sempre. Se não, como diz minha querida amiga, a Professora Euridea Castro…

“E quando pensamos que eles acabaram, ressurgem das cinzas trépidos e fagueiros, para iniciar um novo ciclo”.

Então, é preciso muita paciência para manter cuidados com os pés e calçados. Paciência para mudar o ambiente onde o fungo gosta de viver. Limpar bem os calçados com desinfetante, alternar uso dos mesmos, e boa lavagem das meias – e que estas sejam de algodão.

Dica: lavar os pés com sabonete com pH acidificado* e, depois, deixar uns minutinhos de molho na água com vinagre é uma boa pedida, porque a pele fica mais ácida, fator importante de defesa contra os patógenos. Secar os espaços entre os dedos é outro cuidado fundamental.

Há tratamento medicamentoso por via oral ou local. Na primeira opção é preciso cuidado e bom acompanhamento médico, porque podem causar toxicidade no fígado. Os tratamentos locais, por outro lado, podem ter pouco efeito dada a característica da unha. Passar esses produtos tópicos sem um bom preparo da lâmina é também trabalho pouco efetivo.

Mas há outro tratamento que tem sido vantajoso por não ter efeitos colaterais, que é feito com LASER. Para isso é usada uma técnica que se chama terapia fotodinâmica, onde se associa um corante para absorver bem a luz. Essa interação causa destruição do fungo. Todavia, é preciso também aquela dita paciência e várias sessões. E é um tratamento que depende também de acompanhamento profissional**.

Por fim, é possível se livrar dos inimigos invisíveis. Mas exige esforço e cliente e profissional persistentes.

Para terapia fotodinâmica e demais cuidados, busque um enfermeiro atuante em Podiatria Clínica.

Enfa Dra Beatriz F Alves Yamada
Estomaterapeuta COREn-SP 49.517
Contato via WhatsAap Bussiness: 11 99609 4381


* Sabonete acidificado você pode ter uma opção na by Corpus, nossa marca.

**Enfermeiros Afiliados à PodiatriCare