Arquivo para Tag: pés

Pele e pés no carnaval

O carnaval está chegando, e a pele e os pés podem ficar sofridos.

A pele muito exposta ao sol corre sérios riscos de sofrer queimaduras de primeiro ou mesmo de grau maior.

Os pés, além da dor do pula, pula e de pisarem um nos outros, bolhas e feridas e unhas traumatizadas são frequentes.

Então vamos a umas dicas?

  • Beber muita água para repor as perdas do intenso suor e hidratar bem as células. Comer frutas frescas é uma boa pedida.
  • Nada de esquecer de aplicar protetor solar.
  • Melhor usar aquele sapato que os pés já estão estão acostumados, mesmo que velhos. Mas vale o conforto que a beleza! Embora tenha adeptos do contrário.
  • Depois da festança, tomar aquele banho refrescante e deixar os pés de molho na água com um pouco de sal, se for grosso melhor ainda. Isso pode ajudar no relaxamento.
  • Passar hidratante, massagear e ‘bora’ por as pernas pra cima para melhorar a circulação.

Aos que curtem a festa, divirtam-se. Vale aquela dica: “se dirigir não beba”.

Enfa Dra Beatriz F A Yamada
Estomaterapeuta.
WhatsAap: 11 99617 4049

A Podiatria no Congresso da SOBRATAFE

Está ocorrendo em São Paulo, nesses dias, o III Congresso de tratamento avançado de feridas – da Sociedade que leva esse nome.

Amanhã, juntamente com a minha colega Cristina Carvalho, faremos uma mesa sobre “A Podiatria como estratégia de prevenção”, com foco no atendimento aos diabéticos. Minha palestra será sobre “Terapia fotodinâmica para manejo de feridas e onicomicose”.

A podiatria clínica é uma especialidade de enfermagem que cresce a cada dia no Brasil. Nosso instituto tem se esmerado em desevolver outros enfermeiros por meio de seus cursos de capacitação e aperfeiçoamento na área. Esse crescimento se dá não apenas pela oportunidade e facilidade para empreender, mas especialmente, do ponto de vista de saúde, pela sua importância para o tratamento clínico das distrofias das unhas e as alterações da pele, entre outros problemas relevantes, de pés com maiores complexidades como os das pessoas com diabetes, doenças circulatórias e idosas.

A onicomicose (fungos nas unhas) é um afecção que acomete inúmeras pessoas e é de difícil tratamento, em função das dificuldades em se mudar o ambiente que favorece o crescimento dos fungos: calor, umidade e falta de luminosidade, a saber, escuro, dentro dos calçados. Acomete qualquer pessoa, especialmente quando as defesas estão em baixa.

Como um ser vivo, precisa alimentar-se, e usa a própria unha como seu alimento. Em função disso, as unhas ficam descoladas (onicólise), de aparência ruim, manchadas, às vezes decompondo-se e com odor desagradável.

O tratamento é um grande desafio devido a esse ambiente favoravel ao fungo. É preciso uma série de cuidados podiátricos que envolvem: higiene, desbastamento e remoção da parte da lâmina comprometida e aplicação de substâncias tópicas antifúngicas. Além de cuidados com os calçados, meias e o próprio banheiro.

Dicas que ajudam a equilibrar o pH e melhorar a defesa da pele

  • Higienizar os pés sempre com sabonete acidificadohttp://www.bycorpus.com.br
  • Deixar os pés de molho com água com vinagre, pelo menos uma vez por semana por 5 a 10 minutos (para cada litro duas colheres de sopa de vinagre de maçã).

Aqueles que têm condições sistêmicas, os médicos podem prescrever medicamentos oral, de modo cauteloso devido aos riscos de toxicidade hepática. Outros indicam drogas tópicas, como esmaltes. Entre as possibilidades, e sem efeitos adversos, está a aplicação terapia fotodinâmica (TFD) com o uso de LASER ou LED, que somente pode ser realizada por profissionais com formação para isso, como os enfermeiros atuantes na podiatria (especialistas em podiatria, estomaterapia ou dermatologia ou aqueles capacitados, aperfeiçoados ou habilitados). Alguns podologistas e podólogos também realizam os mesmos procedimentos.

A TFD é um tratamento efeitvo, mas paulatino, com muito mais vantagens que desvantagens. Ao meu ver e experiência, o principal fator negativo é estético (o corante azul), com o qual 99% das pessoas que buscam esse tratamento em nosso serviço, não dão qualquer importância. Sendo persistente com o tratamento e “hostil” com os fungos, no sentido que dificultar as coisas para eles, a saúde da unha pode ser restaurada e auto-estima devolvida.

A TFD também é uma grande aliada no manejo de feridas, para combater a microbiota presente no leito, um fator que compromete sensivelmente a reparação tecidual.

Ressalto que, tanto para um quanto para outro, existem protocolos corretos de aplicação, e sobre isso falaremos no congresso.

Agradeço a comissão organizadora do evento pelo convite.

Dra Beatriz Yamada
Estomaterapeuta

Tratamento de Úlcera Neuroisquêmica, por Diabetes Mellitus, com cobertura contendo prata nanocristalina

Beatriz Farias Alves Yamada, Enfermeira Estomaterapeuta, Doutora e Mestre em Enfermagem
Débora Regina Guedes, Enfermeira Gerontóloga
Suzana Aron, Enfermeira Estomaterapeuta

Republicação O caso foi publicado no BOLET (Boletim do Centro de Estudos Norma Gill) – Novembro 2011, Volume 1, Nº 2


Introdução

O Diabetes Mellitus (DM) acomete milhares de pessoas e cerca de 4 a 10% sofrem de úlceras crônicas (UC)1. As UC resultantes de mecanismos endógenos associados com doenças, freqüentemente, ficam estagnadas na fase inflamatória. A prata, além do efeito antimicrobiano, bloqueia a ação desses agentes pró-inflamatórios (PI) e equilibra o micro-ambiente local, favorecendo a cura das UC.

Objetivo

Relatar a experiência de utilização de prata nanocristalina (PN) ionizada em ferida neuroisquêmica crônica decorrente de DM.

Método

Esse relato de um caso – com consentimento escrito – foi realizado na Enfmedic – São Paulo. Cliente foi admitido em nosso serviço em 15/02/05. Sexo masculino, na época com 80 anos de idade, tinha cardiopatia, hipertensão arterial sistêmica, insuficiência venosa crônica, complicações neurovasculares e amputações prévias parciais nos pés devido a DM. O exame de Doppler revelou ateromatose e calcificação parietal difusas, além de oclusão de artérias de ambas as pernas. Seu pé estava em risco de nova amputação. O pé direito já havia sido submetido à amputação de todos os dedos, excetuando o quinto. Desse modo, estávamos diante de um caso complexo devido às doenças existentes que causam retardo no processo de reparação tecidual. Ainda tinha atividade laborativa a qual executava em sua própria casa.

Com relação ao histórico das feridas, apresentava duas úlceras em cada pé, iniciadas em junho e novembro de 2004, respectivamente no pé direito (PD) e esquerdo. Contudo, nesse relato será apresentado o tratamento com a úlcera medial do PD, por ser a de maior área (4,54cm2 – Figura 1). A úlcera estava sem necrose, tinha 25% de descolamento de margem, exsudato amarelo esverdeado e ácido, pele ao redor macerada.

A documentação foi realizada com fotografia digital e planimetria computadorizada. Dentre outras medidas, confeccionou-se calçado terapêutico. Essa publicação foi feita mediante consentimento escrito de cliente.

Figura 1

Figura 1 – Início do tratamento com hidropolímero com PN (HPN)

No início do tratamento (Figura 1) adotou-se limpeza com soro fisiológico, uma cobertura com hidropolímero incorporada com PN e barreira de pele ao redor com ácidos graxos. O curativo era fixado com malha tubular. Para prover aquecimento aplicava-se sobre a malha o algodão ortopédico, e fazia-se um suave enfaixamento com atadura. A troca era realizada a cada 2/2 dias. Além disso, era necessária a realização de desbridamento instrumental conservador da queratose ao redor da ferida.

Resultados

Por 64 dias usou-se hidropolímero com PN (Figura 2 a 4). Contudo, a fim de melhor controlar a maceração da pele ao redor mudou-se o tipo de cobertura. Continuou sendo aplicado PN ionizada, mas dessa vez impregnado numa malha de polietileno – PNMP, sendo essa cobertura iniciada dia 20/4/05 (Figura 4).

Embora lento, verificou-se que ambos os curativos com presença de PN responderam favoravelmente à cicatrização, sem qualquer reação adversa. Com a PNMP, preservou-se melhor de maceração a área epitelizada. Após 36 dias de aplicação da PNMP houve diminuição em 50% da área inicial (Figura 5). Manteve-se a mesma conduta até o dia 18/08/05, quando a área estava com 0,48 cm2 (Figura 3). Portanto, foram seis meses de uso continuado de PN, sendo desses 120 dias de PNMP.

Após a data acima, a cicatrização foi concluída, 51 dias depois, com outra tecnologia a base colágeno. A cicatrização complete aconteceu depois de 235, cerca de oito meses de tratamento (Figura 4). Adotaram-se depois cuidados com umectação do membro após o banho e uso de meia de algodão sem costuras para proteção do mesmo.

Figura 2

Figura 2 – 35 dias depois do início do tratamento com HPN

Figura 3

Figura 3 – 48 dias depois do início do tratamento com HPN

Figura 4

Figura 4 – 64 dias depois do início do tratamento com HPN. Inicio da PNMP

Figura 5

Figura 5 – 36 dias depois de iniciado o uso da PNPM

Figura 6

Figura 6 – 120 dias depois do inicio da Finalização PNMP

Figura 7

Figura 7 – Cicatrização final

 

Discussão

Tratar feridas em membros isquêmicos é um desafio, sendo o principal objetivo a prevenção da infecção. Estudos relatam2,3 que a excelência da prata para equilibrar a carga microbiana e inflamação permite que feridas refratárias cicatrizem, devido à diminuição dos citoquinas PI, desencadeados por traumas, isquemia, necrose, colonização crítica e infecção.

Nesse relato de caso, e em muitos outros que acompanhamos, foi possível atestar que de fato as coberturas com prata são efetivas para tratamento de feridas de lento reparo. Ressaltamos o paciente desse caso há alguns meses estava sob tratamento com boas práticas, sem, contudo obter resposta adequada. Ao ser iniciado o uso da prata, a ferida passou a apresentar resposta favorável, com granulação, fechamento da área descolada e a epitelização, sendo que essa foi a fase mais prolongada do processo.

Conclusões

Foi usado PN por de 184 dias consecutivos, sem haver nenhuma reação adversa. A cicatrização completa ocorreu em 235 dias de tratamento. Não houve quadro infeccioso durante o tratamento.

Considerações

A prata nanocristalina se mostrou como uma excelente alternativa para tratamento de úlceras isquêmicas, sem nenhum afeito adverso, mesmo com uso prolongado. Podendo assim ser uma boa opção para tratar feridas refratárias.

Referências

  1. Ribu L, Wahl A. Living with Diabetic foot ulcers: A life of fear, restrictions, and pain. Ostomy Wound Management 2004;50 (2): 57-67.
  2. Sibbald RG et al. Preparing the wound bed 2003: Focus on Infection and Inflamation. Ostomy Wound Management 2003;49(11): 24-51
  3. Shultz GS et al The wound bed preparation: a systematic approach to wound management. Wound Repair and Regeneration- The international journal of tissue repair and regeneration 2003:11(2) Supplement.

Republicação

O caso foi publicado no BOLET (Boletim do Centro de Estudos Norma Gill) – Novembro 2011, Volume 1, Nº 2

A pele é nossa barreira, um manto protetor e ‘sagrado’

A pele é nossa barreira, um manto protetor e ‘sagrado’, e mantê-la íntegra é fundamental para a saúde, por pura defesa contra as agressões do meio externo e proteção da perda de nossos fluidos internos.

O que seria do ser humano sem a pele? Nada. Porque sem ela não é possível a sobrevivência.

Mas que fazemos diariamente que estraga nosso ‘santo manto’? Basta um banho inadequado para causar danos importantes à nossa querida barreira. Essa delícia que é o banho, se exagerado ou mal feito remove o manto de lípede ou altera o nível de pH. E se tomamos dois banhos nesse estilo por dia é agressão em dose dupla.

Ah, o pH! Esse é um aspecto relevante e muito negligenciado. Numa escala de zero a 14, a pele precisa ser levemente acidificada a fim de defender-nos dos microorganismos.

Nosso corpo não é uniforme nesse aspecto, pode haver variação, e as áreas cujo valor está mais perto da neutralidade ou levemente alcalino, como pés e axilas, estão sujeitos a ‘sofrência’, pois odores desagradáveis podem nos tirar o bem-estar. E nos pés, além da bromidrose (o tal chulé), ainda tem o risco de pegar fungos nas unhas. Uma situação que causa tristeza e compromete a auto-imagem e estima.

Então, preste atenção!

  • Não use sabonete em barra, pois são alcalinos e ressecam a pele. Pele seca fica feia e vulnerável a infecção e lesões, especialmente os bebês e os idosos. Use sabonetes líquidos com pH acidificado. E para achar um no mercado, leia bem o rótulo para checar se tem a indicação do fabricante. A empresa que se importa com a fisiologia da pele escreve isso claramente.

Mas só em barra que não deve usar? Não. Sabonetes neutros também interferem no equilíbrio da pele. E tanto este quanto em barra podem favorecer crescimento de microorganimos patogênicos.

Continuando…

  • Não use água muito quente e nem fique esfregando seu manto com buchas, porque você vai remover a camada de lípedes, e não tenha dúvida que irá ressecar.
  • Use um hidratante ativo logo ao sair do banho, pois com a pele úmida o hidrante penetra melhor.
  • Beba água pura e faça exercício físico para suar mesmo.
  • Ande com creme na bolsa para aplicar nas mãos sempre. Excesso de lavagem é um problema que pode até causar lesões.
  • Não esqueça de seu pé, o coitado que lhe aguenta o dia inteiro merece um trato. Quer que fique macio? Então, passe muito hidratante e enrole com plástico por 30 minutos que vai ficar uma seda.
  • Não invente de tirar sua cutícula, sua defesa. Sim, sua defesa. Ela tem função. Não mexa na sua anatomia.

 

Quer saber mais sobre higiene e hidratação da pele?

Adquira nosso livro Pele: O Manto Protetor – higiente e hidratação. Você pode encontrá-lo na loja virtual da by Corpus.