Pele e pés no carnaval

O carnaval está chegando, e a pele e os pés podem ficar sofridos.

A pele muito exposta ao sol corre sérios riscos de sofrer queimaduras de primeiro ou mesmo de grau maior.

Os pés, além da dor do pula, pula e de pisarem um nos outros, bolhas e feridas e unhas traumatizadas são frequentes.

Então vamos a umas dicas?

  • Beber muita água para repor as perdas do intenso suor e hidratar bem as células. Comer frutas frescas é uma boa pedida.
  • Nada de esquecer de aplicar protetor solar.
  • Melhor usar aquele sapato que os pés já estão estão acostumados, mesmo que velhos. Mas vale o conforto que a beleza! Embora tenha adeptos do contrário.
  • Depois da festança, tomar aquele banho refrescante e deixar os pés de molho na água com um pouco de sal, se for grosso melhor ainda. Isso pode ajudar no relaxamento.
  • Passar hidratante, massagear e ‘bora’ por as pernas pra cima para melhorar a circulação.

Aos que curtem a festa, divirtam-se. Vale aquela dica: “se dirigir não beba”.

Enfa Dra Beatriz F A Yamada
Estomaterapeuta.
WhatsAap: 11 99617 4049

Micose nas unhas tem cura?!

Chega o verão e dá aquela vontade de ir à praia, molhar os pés, caminhar na areia e aproveitar a natureza.

Quem não quer ter pés bonitos, unhas bem feitas e saudáveis? Com certeza todos nós.

Mas quando as unhas estão acometidas com fungos, muitos têm vergonha de deixar seus pés expostos e ser alvo de olhares alheios. De outro lado, há aqueles que não se preocupam com isso, vão a todo lugar, usam piscina e outros ambientes públicos. Pensando em saúde pública, quem tem micoses nas unhas não deveriam frequentar piscinas públicas, pois gera contaminação.

Os fungos são aqueles inimigos invisíveis a olhos nu. Entram de mansinho, trabalham quietos, vão tomando espaço e deixando sua marca registrada, que é a destruição nas unhas, ao longo do tempo. O pé é uma bom lugar para os tais fungos viverem, porque reúne tudo de bom para o inimigo: calorzinho, escurinho e umidade.

Respondendo a pergunta do texto: sim, micose tem cura. Mas, é preciso paciência e cuidados de longo prazo e para sempre e sempre. Se não, como diz minha querida amiga, a Professora Euridea Castro…

“E quando pensamos que eles acabaram, ressurgem das cinzas trépidos e fagueiros, para iniciar um novo ciclo”.

Então, é preciso muita paciência para manter cuidados com os pés e calçados. Paciência para mudar o ambiente onde o fungo gosta de viver. Limpar bem os calçados com desinfetante, alternar uso dos mesmos, e boa lavagem das meias – e que estas sejam de algodão.

Dica: lavar os pés com sabonete com pH acidificado* e, depois, deixar uns minutinhos de molho na água com vinagre é uma boa pedida, porque a pele fica mais ácida, fator importante de defesa contra os patógenos. Secar os espaços entre os dedos é outro cuidado fundamental.

Há tratamento medicamentoso por via oral ou local. Na primeira opção é preciso cuidado e bom acompanhamento médico, porque podem causar toxicidade no fígado. Os tratamentos locais, por outro lado, podem ter pouco efeito dada a característica da unha. Passar esses produtos tópicos sem um bom preparo da lâmina é também trabalho pouco efetivo.

Mas há outro tratamento que tem sido vantajoso por não ter efeitos colaterais, que é feito com LASER. Para isso é usada uma técnica que se chama terapia fotodinâmica, onde se associa um corante para absorver bem a luz. Essa interação causa destruição do fungo. Todavia, é preciso também aquela dita paciência e várias sessões. E é um tratamento que depende também de acompanhamento profissional**.

Por fim, é possível se livrar dos inimigos invisíveis. Mas exige esforço e cliente e profissional persistentes.

Para terapia fotodinâmica e demais cuidados, busque um enfermeiro atuante em Podiatria Clínica.

Enfa Dra Beatriz F Alves Yamada
Estomaterapeuta COREn-SP 49.517
Contato via WhatsAap Bussiness: 11 99609 4381


* Sabonete acidificado você pode ter uma opção na by Corpus, nossa marca.

**Enfermeiros Afiliados à PodiatriCare

A Podiatria no Congresso da SOBRATAFE

Está ocorrendo em São Paulo, nesses dias, o III Congresso de tratamento avançado de feridas – da Sociedade que leva esse nome.

Amanhã, juntamente com a minha colega Cristina Carvalho, faremos uma mesa sobre “A Podiatria como estratégia de prevenção”, com foco no atendimento aos diabéticos. Minha palestra será sobre “Terapia fotodinâmica para manejo de feridas e onicomicose”.

A podiatria clínica é uma especialidade de enfermagem que cresce a cada dia no Brasil. Nosso instituto tem se esmerado em desevolver outros enfermeiros por meio de seus cursos de capacitação e aperfeiçoamento na área. Esse crescimento se dá não apenas pela oportunidade e facilidade para empreender, mas especialmente, do ponto de vista de saúde, pela sua importância para o tratamento clínico das distrofias das unhas e as alterações da pele, entre outros problemas relevantes, de pés com maiores complexidades como os das pessoas com diabetes, doenças circulatórias e idosas.

A onicomicose (fungos nas unhas) é um afecção que acomete inúmeras pessoas e é de difícil tratamento, em função das dificuldades em se mudar o ambiente que favorece o crescimento dos fungos: calor, umidade e falta de luminosidade, a saber, escuro, dentro dos calçados. Acomete qualquer pessoa, especialmente quando as defesas estão em baixa.

Como um ser vivo, precisa alimentar-se, e usa a própria unha como seu alimento. Em função disso, as unhas ficam descoladas (onicólise), de aparência ruim, manchadas, às vezes decompondo-se e com odor desagradável.

O tratamento é um grande desafio devido a esse ambiente favoravel ao fungo. É preciso uma série de cuidados podiátricos que envolvem: higiene, desbastamento e remoção da parte da lâmina comprometida e aplicação de substâncias tópicas antifúngicas. Além de cuidados com os calçados, meias e o próprio banheiro.

Dicas que ajudam a equilibrar o pH e melhorar a defesa da pele

  • Higienizar os pés sempre com sabonete acidificadohttp://www.bycorpus.com.br
  • Deixar os pés de molho com água com vinagre, pelo menos uma vez por semana por 5 a 10 minutos (para cada litro duas colheres de sopa de vinagre de maçã).

Aqueles que têm condições sistêmicas, os médicos podem prescrever medicamentos oral, de modo cauteloso devido aos riscos de toxicidade hepática. Outros indicam drogas tópicas, como esmaltes. Entre as possibilidades, e sem efeitos adversos, está a aplicação terapia fotodinâmica (TFD) com o uso de LASER ou LED, que somente pode ser realizada por profissionais com formação para isso, como os enfermeiros atuantes na podiatria (especialistas em podiatria, estomaterapia ou dermatologia ou aqueles capacitados, aperfeiçoados ou habilitados). Alguns podologistas e podólogos também realizam os mesmos procedimentos.

A TFD é um tratamento efeitvo, mas paulatino, com muito mais vantagens que desvantagens. Ao meu ver e experiência, o principal fator negativo é estético (o corante azul), com o qual 99% das pessoas que buscam esse tratamento em nosso serviço, não dão qualquer importância. Sendo persistente com o tratamento e “hostil” com os fungos, no sentido que dificultar as coisas para eles, a saúde da unha pode ser restaurada e auto-estima devolvida.

A TFD também é uma grande aliada no manejo de feridas, para combater a microbiota presente no leito, um fator que compromete sensivelmente a reparação tecidual.

Ressalto que, tanto para um quanto para outro, existem protocolos corretos de aplicação, e sobre isso falaremos no congresso.

Agradeço a comissão organizadora do evento pelo convite.

Dra Beatriz Yamada
Estomaterapeuta

Nosso Centro de Estudos foi um tributo à admirável Norma Gill

O Centro de Estudos Norma Gill, um serviço da empresa Enfmedic Saúde, foi fundado no ano 2000 visando promover cursos, palestras e pesquisas. Ao longo desse tempo, vem promovendo atividades que colaboraram e continuam colaborando com o aprimoramento de centenas de profissionais e estudantes interessados nos temas úteis para a prática clínica da estomaterapia, entre estes: desbridamento de feridas; podiatria; laser de baixa intensidade e diferentes temáticas no universo dos cuidados especializados com feridas cutâneas e a pele.

Atualmente, nossa ênfase tem sido no curso de capacitação em podiatria clínica, já em sua XXXI edição, bem como a fotobiomodulação com laser e led, fundamental para a prática em podiatria clínica.

Depois que terminar de ler esse texto, clique no link pra conhecer nossos cursos: Cursos IBYamada

Em breve essa nomeação do nosso centro como ‘Norma Gill’ ficará na história da nossa empresa, devido termos assumido uma nova identidade. Todavia, como se aproxima o dia que Norma nasceu, não posso deixar passar em branco um tributo pessoal a essa super mulher, falecida em 25 de outubro de 1998.

Uma breve história de Norma

Norma Gill nasceu dia 26 de junho de 1920, nos Estados Unidos da América, sendo quase impossível esquecer a data do nascimento dela, pois coincide com uma data especial para mim, meu casamento. Assim, sem qualquer planejamento, nossas vidas se cruzaram e eu me indentifiquei profundamente com a causa que ela militava e, por isso, me elegi sua discípula. Mas, para que ela fosse lembrada sempre, em minha gestão como presidente da SOBEST, criamos a Semana Nacional de Estomaterapia nos dias 25 a 31 de outubro. Pela impossibilidade de ajustar pelo nascimento, fizemos pela data de seu falecimento. Já o dia 31, foi em homenagem ao aniversário de outra pessoa precussora da educação em estomaterapia no Brasil, a profa Vera Santos (EEUSP). Digamos que foi a feliz coincidência poder homenagear duas pessoas importantes na minha vida, a mentora de todos os ETs do mundo (Norma) e a minha mentora no Brasil (Vera). Então, a semana poderia ser chamada de Norma-Vera.

Norma Gill foi a precursora da estomaterapia mundial. Uma vibrante mulher, com capacidade ímpar de impressionar, criar e dividir. Sua visão, muito além do seu tempo, possibilitou a criação da estomaterapia, uma especialidade fenomenal e encantadora, assim vista por aqueles que fazem parte dela, presente em todos os continentes, muito embora não esteja em todos os países.

Um vislumbre sobre a estomaterapia

O surgimento da especialidade naturalmente exigiu a criação de entidades que a representasse. Internacionalmente, há o World Council of Enterostomal Therapist – WCET, fundado em 1978, e, nacionalmente, a Associação Brasileira de Estomaterapia – SOBEST, fundada em 1992. Ambas militam com muito ardor e amor, vislumbrando o crescimento da especialidade de maneira sólida e ética.

No Brasil, a educação em estomaterapia tem crescido gradualmente desde sua implantação formal, em 1990, na Escola de Enfermagem da USP, envolvendo desde sua fundação as áreas de estomias, feridas, incontinências e outros temas. Nos dias atuais, existem vários cursos de especializações, localizados em estados das regiões sudeste, sul, nordeste e norte (vide escolas no site), e que, certamente, ainda são insuficientes para atender a demanda que o país possui. Contudo, similarmente a reparação tecidual, cuja proliferação celular é feita de forma temporal e organizada, a construção da especialidade deve ser pautada nos mesmos critérios. Devagar que tenho pressa.

Um pouca da minha contribuição na especialização em estomaterapia

Ao longo de minha vida profissional em estomaterapia (desde 1998), segui nos passos de Norma Gill, que almejava que todas as pessoas com estomias, feridas e incontinências pudessem ser assisitidas por um profissional estomaterapeuta. Mas, para queb isro seja alcançado precisaria investirmento em educação lato senso. Assim, não medi esforço para fazer disso um ideal a ser vivido e espalhado pelo país. Esse dever me impulsionou a ir ao amazonas fundar, juntamente com a colega Selma Perdomo, o I curso de especalização em estomaterapia (2008) no norte do Brasil, no qual ezessete alunos foram formados.

Atualmente o curso é coordenado por um ex aluno (Nilson Bezerra), que agora é professor na mesma universidade (Universidade do Estado do Amazonas). Sementes plantadas, frutos colhidos.

Meu tributo final

Assim, depois desse reviver histórico, é com muita gratidão que deixo meu tributo, outra vez, a esse ser especial – que nunca tive o privilégio de conhecer pessoalmente – que por identificação pude incorporar seus sonhos como meus sonhos.

Mais uma vez deixo escrito: Rest in Peace, Norma. Seus discípulos estão semeando e colhendo muitos frutos. Cada vez mais há pessoas envolvidas com essa área, que podemos muito bem chamar de: um caso pessoal de paixão.

Se você gostou dessa história, não deixe de compartilhar. Ainda é uma área que precisa ser promovida pelo bem daqueles que necessitam de cuidados devido a estomias, feridas ou incontinências.

Deixem também seu comentário.

Dra Bratriz F Alves Yamada – PhD, MSN
Estomaterapeuta, Psicoterapeuta

Micose de unhas – tratamento com laser

Este texto é destinado ao público não profissional de saúde


Quero escrever sobre um problema que atendo todos os dias em meu consultório e que afeta muitas pessoas, especialmente as idosas, as com a imunidade baixa, diabéticas, entre outras.

É aquele tipo de situação que causa chateação e comprometimento da autoestima, pela vergonha de ter a unha escura, espessada, descolada e de aparência feia. Isso se chama na linguagem médica: ONICOMICOSE, e popularmente fungo nas unhas.

A onicomicose é uma infecção de difícil tratamento, especialmente nas unhas dos pés.

Como vivemos grande parte de nosso dia com calçados fechados, esse ambiente escuro, quentinho e úmido reúne condições facilitadoras e “aconchegantes” para o tal funguinho se desenvolver e viver. Esse ambiente, acolhedor para o fungo, dificulta os tratamentos.

Portanto, tratar fungos nas unhas exige muita paciência e persistência, porque é muito demorado para exterminá-los. Além disso, as unhas dos pés crescem mais lentamente e, por vezes, o fungo acomete toda a lâmina.

Os médicos são cautelosos em usar medicamentos via oral devido aos riscos de afetar o fígado. O uso de esmalte antifúngico é muito prescrito, mas a resposta também é difícil.

A terapia fotodinâmica (TFD) é um dos tratamentos usados sem efeitos adversos. É uma terapia que usa a luz vermelha de LASER ou LED associada a um corante, geralmente azul de metileno a 2%. Essa associação produz uma reação que é tóxica para o fungo. Todavia, é necessário que seja feita com frequência para ser mais efetiva (ideal que seja pelo menos semanalmente). É possível fazer em casa com uso de um dispositivo de LED (precisa da indicação profissional).

A TFD pode ser usada com ou sem uso de medicamentos sistêmicos. É altamente indicada quando a prescrição de medicamentos não é favorável.

Cuidados com os calçados e higiene dos pés são fundamentais para a efetividade do tratamento.

Embora esteja dando ênfase às unhas dos pés, as mãos não estão livres de serem acometidas. E o tratamento responde mais rapidamente.


Relato de cliente.

Embora tenha o consentimento dela, irei preferir manter sua identidade.
“Há 10 anos, mais ou menos, uma micose de unha me acompanhava”. “Foram muitos anos de tratamentos, remédios, limpeza e sem usar sandálias. Como gosto de verão, ficava com os pés sempre cobertos”. ‘Depois que iniciei o tratamento com a Dra Beatriz, tudo mudou”. Ela me disse que em 1 ano eu estaria curada. E sem remédios. Aceitei o desafio e quase um ano depois as unhas estão curadas e lindas”. Hoje, eu uso sandálias e posso expor os meus pés tranquilamente. Não sinto mais vergonha que tinha antes”.
Agradeço a Dra Beatriz pela força e incentivo para eu ficar curada”.


Se você tem fungos nas unhas, não hesite em tratar e resgatar a saúde e a beleza de seus pés ou mãos.

Procure um enfermeiro que atue na Podiatria.

Dra. Beatriz F Alves Yamada – PhD, MSN
Enf.ª Estomaterapeuta

No nosso instituto, oferecemos este tratamento, bem como curso para profissionais enfermeiros.

Para agendar uma consulta, enviar uma mensagem via WhatsAap: 11 99609 4381

Tratamento de Úlcera Neuroisquêmica, por Diabetes Mellitus, com cobertura contendo prata nanocristalina

Beatriz Farias Alves Yamada, Enfermeira Estomaterapeuta, Doutora e Mestre em Enfermagem
Débora Regina Guedes, Enfermeira Gerontóloga
Suzana Aron, Enfermeira Estomaterapeuta

Republicação O caso foi publicado no BOLET (Boletim do Centro de Estudos Norma Gill) – Novembro 2011, Volume 1, Nº 2


Introdução

O Diabetes Mellitus (DM) acomete milhares de pessoas e cerca de 4 a 10% sofrem de úlceras crônicas (UC)1. As UC resultantes de mecanismos endógenos associados com doenças, freqüentemente, ficam estagnadas na fase inflamatória. A prata, além do efeito antimicrobiano, bloqueia a ação desses agentes pró-inflamatórios (PI) e equilibra o micro-ambiente local, favorecendo a cura das UC.

Objetivo

Relatar a experiência de utilização de prata nanocristalina (PN) ionizada em ferida neuroisquêmica crônica decorrente de DM.

Método

Esse relato de um caso – com consentimento escrito – foi realizado na Enfmedic – São Paulo. Cliente foi admitido em nosso serviço em 15/02/05. Sexo masculino, na época com 80 anos de idade, tinha cardiopatia, hipertensão arterial sistêmica, insuficiência venosa crônica, complicações neurovasculares e amputações prévias parciais nos pés devido a DM. O exame de Doppler revelou ateromatose e calcificação parietal difusas, além de oclusão de artérias de ambas as pernas. Seu pé estava em risco de nova amputação. O pé direito já havia sido submetido à amputação de todos os dedos, excetuando o quinto. Desse modo, estávamos diante de um caso complexo devido às doenças existentes que causam retardo no processo de reparação tecidual. Ainda tinha atividade laborativa a qual executava em sua própria casa.

Com relação ao histórico das feridas, apresentava duas úlceras em cada pé, iniciadas em junho e novembro de 2004, respectivamente no pé direito (PD) e esquerdo. Contudo, nesse relato será apresentado o tratamento com a úlcera medial do PD, por ser a de maior área (4,54cm2 – Figura 1). A úlcera estava sem necrose, tinha 25% de descolamento de margem, exsudato amarelo esverdeado e ácido, pele ao redor macerada.

A documentação foi realizada com fotografia digital e planimetria computadorizada. Dentre outras medidas, confeccionou-se calçado terapêutico. Essa publicação foi feita mediante consentimento escrito de cliente.

Figura 1

Figura 1 – Início do tratamento com hidropolímero com PN (HPN)

No início do tratamento (Figura 1) adotou-se limpeza com soro fisiológico, uma cobertura com hidropolímero incorporada com PN e barreira de pele ao redor com ácidos graxos. O curativo era fixado com malha tubular. Para prover aquecimento aplicava-se sobre a malha o algodão ortopédico, e fazia-se um suave enfaixamento com atadura. A troca era realizada a cada 2/2 dias. Além disso, era necessária a realização de desbridamento instrumental conservador da queratose ao redor da ferida.

Resultados

Por 64 dias usou-se hidropolímero com PN (Figura 2 a 4). Contudo, a fim de melhor controlar a maceração da pele ao redor mudou-se o tipo de cobertura. Continuou sendo aplicado PN ionizada, mas dessa vez impregnado numa malha de polietileno – PNMP, sendo essa cobertura iniciada dia 20/4/05 (Figura 4).

Embora lento, verificou-se que ambos os curativos com presença de PN responderam favoravelmente à cicatrização, sem qualquer reação adversa. Com a PNMP, preservou-se melhor de maceração a área epitelizada. Após 36 dias de aplicação da PNMP houve diminuição em 50% da área inicial (Figura 5). Manteve-se a mesma conduta até o dia 18/08/05, quando a área estava com 0,48 cm2 (Figura 3). Portanto, foram seis meses de uso continuado de PN, sendo desses 120 dias de PNMP.

Após a data acima, a cicatrização foi concluída, 51 dias depois, com outra tecnologia a base colágeno. A cicatrização complete aconteceu depois de 235, cerca de oito meses de tratamento (Figura 4). Adotaram-se depois cuidados com umectação do membro após o banho e uso de meia de algodão sem costuras para proteção do mesmo.

Figura 2

Figura 2 – 35 dias depois do início do tratamento com HPN

Figura 3

Figura 3 – 48 dias depois do início do tratamento com HPN

Figura 4

Figura 4 – 64 dias depois do início do tratamento com HPN. Inicio da PNMP

Figura 5

Figura 5 – 36 dias depois de iniciado o uso da PNPM

Figura 6

Figura 6 – 120 dias depois do inicio da Finalização PNMP

Figura 7

Figura 7 – Cicatrização final

 

Discussão

Tratar feridas em membros isquêmicos é um desafio, sendo o principal objetivo a prevenção da infecção. Estudos relatam2,3 que a excelência da prata para equilibrar a carga microbiana e inflamação permite que feridas refratárias cicatrizem, devido à diminuição dos citoquinas PI, desencadeados por traumas, isquemia, necrose, colonização crítica e infecção.

Nesse relato de caso, e em muitos outros que acompanhamos, foi possível atestar que de fato as coberturas com prata são efetivas para tratamento de feridas de lento reparo. Ressaltamos o paciente desse caso há alguns meses estava sob tratamento com boas práticas, sem, contudo obter resposta adequada. Ao ser iniciado o uso da prata, a ferida passou a apresentar resposta favorável, com granulação, fechamento da área descolada e a epitelização, sendo que essa foi a fase mais prolongada do processo.

Conclusões

Foi usado PN por de 184 dias consecutivos, sem haver nenhuma reação adversa. A cicatrização completa ocorreu em 235 dias de tratamento. Não houve quadro infeccioso durante o tratamento.

Considerações

A prata nanocristalina se mostrou como uma excelente alternativa para tratamento de úlceras isquêmicas, sem nenhum afeito adverso, mesmo com uso prolongado. Podendo assim ser uma boa opção para tratar feridas refratárias.

Referências

  1. Ribu L, Wahl A. Living with Diabetic foot ulcers: A life of fear, restrictions, and pain. Ostomy Wound Management 2004;50 (2): 57-67.
  2. Sibbald RG et al. Preparing the wound bed 2003: Focus on Infection and Inflamation. Ostomy Wound Management 2003;49(11): 24-51
  3. Shultz GS et al The wound bed preparation: a systematic approach to wound management. Wound Repair and Regeneration- The international journal of tissue repair and regeneration 2003:11(2) Supplement.

Republicação

O caso foi publicado no BOLET (Boletim do Centro de Estudos Norma Gill) – Novembro 2011, Volume 1, Nº 2